O Dr. Harry F. Klinefelter
ao trabalhar no projeto de consumo de oxigênio na glândula adrenal em
conjunto com o Dr. Howard Means atendeu um paciente com um caso raro no
qual um homem desenvolveu seios (Ginecomastia).
Ao estudar este caso, o
Dr. Klinefelter relatou nos seu exames infertilidade, liberação de
hormônio Gonadotropina (GnRH), um elevado nível de liberação de Hormônio
Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteneizante (LH).
Com estes resultados foi
publicado no Jornal de Metabolismo e Endocrinologia Clínica (1942), um
artigo intitulado “Síndrome caracterizada por Ginecomastia,
aspermatogênese e aumento da excreção de Hormônio Folículo Estimulante”,
tendo como autores, Klinefelter H G, Reifestein E C Jr., e Albright F..
Desde então, a literatura
só chama esta condição de síndrome de Klinefelter (SK).
A SK é causada por uma
variação cromossômica envolvendo o cromossomo sexual. Este cromossomo
sexual extra (X) causa uma mudança característica nos meninos. Todos os
homens possuem um cromossomo X e um Y, mas ocasionalmente uma variação
irá resultar em um homem com um X a mais, esta síndrome é muitas vezes
escrita como 47 XXY. Existem outras variações menos comuns como: 48
XXYY; 48 XXXY; 49 XXXXY; e mosaico 46 XY/47 XXY, este é o cariótipo mais
comum, ocorre em cerca de 15% provavelmente em conseqüência da perda de
um cromossomo X num concepto XXY durante uma divisão pós-zigótica
inicial.
Metade dos casos resulta
de erros na meiose I paterna, um terço de erros na meiose I materna e os
demais de erros na meiose II ou de um erro mitótico pós-zigótico
levando a mosaico. A idade da mãe é elevada nos casos associados a erros
na meiose I materna, mas não nos outros casos (JACOBS et al., 1988).
Até 1960 o diagnóstico era
feito através de exame histológico dos testículos que, mesmo após a
puberdade, revelava ausência de células germinativas nos canais
seminíferos. Atualmente a identificação dos Klinefelter é assegurada
pelo cariótipo e pela pesquisa da cromatina sexual, através de um exame
feito com uma amostra de sangue.
As estatísticas mostram
que a cada 500 nascimentos é encontrado um menino com a síndrome.
Cariótipo
Características do Portador
A característica mais
comum é a esterilidade. Possuem função sexual normal, mas não podem
produzir espermatozóides (Azoospermia) devido à atrofia dos canais
seminíferos e, portanto são inférteis.
Outras características
muitas vezes presentes são: estatura elevada e magros, com braços
relativamente longos; pênis pequeno; testículos pouco desenvolvidos
devido à esclerose e hialinização dos túbulos seminíferos ; pouca
pilosidade no púbis; níveis elevados de LH e FSH, podem apresentar uma
diminuição no crescimento de barba; ginecomastia (crescimento das
mamas), devido aos níveis de estrogênio (hormônio feminino) mais
elevados do que os de testosterona (hormônio masculino). Em alguns casos
tornam-se necessária à remoção cirúrgica; problemas no desenvolvimento
da personalidade provavelmente em decorrência de uma dificuldade para
falar que contribuem para problemas sociais e/ou aprendizagem.
Ginecomastia |
Alta Estatura |
Tratamento
Deve ser feito o
acompanhamento periodico do nível de testosterona (hormônio sexual
masculino) no sangue, para verificar sua normalidade. Caso o nível de
testosterona encontre-se baixo isso irá resultar na diminuição das
mudanças sexuais que ocorrem durante a puberdade.
Para controle é
comum a aplicação de uma vez ao mês uma injeção de Depotestosterona, uma
forma sintética de testosterona. A dose necessita ser aumentada
gradualmente e ser aplicada mais freqüentemente quando o menino torna-se
mais velho.
Leonardo
Leite
Fonte: http://www.ghente.org/ciencia/genetica/klinefelter.htm
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