AEE

AEE
A Sala de Recursos Multifuncionais do Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Ana Vieira Pinheiro é um espaço onde o AEE- Atendimento Educacional Especializado acontece considerando as necessidades específicas do aluno para complementar e/ou suplementar a sua formação, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que favorecem a inclusão e eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos com deficiência, fortalecendo sua autonomia na escola e fora dela.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Brincadeiras de Imitação para crianças Autistas

- Em todas as brincadeiras, os olhos do adulto deverão estar no mesmo nível do olhar da criança. 
- “Vou pegar nome da criança”(frases curtas e simples) - brincar de “pegar”, fazer cócegas, abraçar. Repetir várias vezes e parar. Se a criança , de alguma forma, pedir que o adulto repita a brincadeira, o adulto deve repetir. 
- Soprar bolas de sabão ,balão
- Pião – demonstrar para a criança, repetir, parar, esperar que ela peça por mais. No início, aceitar qualquer tentativa de comunicação. 
- Brinquedos com sons / luzes – deixar a criança explorar, depois brincar com ela, em turnos. 
- Fantoches de animais – o adulto deve fazer uma voz diferente; imitar o som do animal; dizer o nome do animal. O fantoche beija a criança, abraça, se esconde, dá tchau, bate palmas. 
- Músicas - aproveitar o interesse da criança e dançar com ela, segurando suas mãos, pulando, balançando
( se a criança mais tarde imitar os seus, ótimo !). 
- Bola – jogar ou rolar para a criança e ensiná-la a jogar/ rolar a bola de volta (talvez sejam necessários dois adultos) . Quando ela souber jogar para outra pessoa, jogar outros brinquedos, como carrinhos. 
- Livro - mostrar figuras , apontando para a figura e para a criança, sucessivamente. 
- Surpresa! – coloque vários objetos/ brinquedos num saco e ao retirá-los, exagere a surpresa. Quando a criança se interessar, ela e o adulto retiram em turnos. 
- Surpresa! 2 - esconda objetos/brinquedos pela casa e procure-os com a criança. Quando encontrá-los, exagere a surpresa. 
- Imitar a criança em brincadeiras menos óbvias ( aqui também são necessários dois objetos ) : falar ao telefone, colocar o boné, colocar um objeto na cabeça, pentear o cabelo, brincar de “comidinha”etc. 
- Brincar com bonecos – dar comida, banho, pentear, colocar para dormir, sentar na cadeira, entrar na casa, sair etc.
Fonte: Monica Accioly – Mão Amiga

Sugestões de outras Atividades Coordenação Motora Fina


Frutinhas com associação de quantidade

Números e associação com quantidade

Cartelas com figuras geométricas com elástico

Encaixe de figuras por tamanho maior para menor

Separar por tamanhos (potes e parafusos)

Moldes objetos pequenos na massinha 

Moldes de massinha e depois pareamento moldes e desenhos

Sopa de letrinhas.
 
Autora: Johanna Cordeiro Melo Franco - Terapeuta Ocupacional

Nenhuma disposição em contrário

De todos os artigos da Resolução Nº4 de 24 de setembro de 2009, o mais importante é o Art 14 que diz: "....revogam-se as disposições em contrário".

(para ser lido como num jogral)
Todo ser humano, é humano

Revogam-se as disposições em contrário

Toda criança é um ser humano

Revogam-se as disposições em contrário

Direitos inalienáveis não são opcionais

Revogam-se as disposições em contrário

Educação é um direito inalienável

Revogam-se as disposições em contrário

Todas as crianças são humanas, e iguais em direitos a todos os outros

Revogam-se as disposições em contrário

As diferenças não diminuem a humanidade de nenhuma criança

Revogam-se as disposições em contrário

Toda criança na escola, escola para todas as crianças

Revogam-se as disposições em contrário

Nenhuma criança pode ser separada de outras crianças

Revogam-se as disposições em contrário

Acesso, permanência e qualidade

Revogam-se as disposições em contrário

Descrição da imagem: desenho de um adulto (professor) com crianças coloridas, sem uma, uma criança com deficiência.
 
Autor:

Amores perfeitos

Em 1958, aos 17 anos, Mildred Jeter, uma jovem negra, casou com Richard Loving, um operário da construção civil de 23 anos, numa época em que casamentos interraciais eram proibidos na Virginia, seu estado natal. Mildred e Richard foram então à capital, Washington, onde se casaram, para em seguida retornar à Virginia.

Pouco depois do casamento, foram acordados no meio da noite no seu quarto por xerifes e presos pelo 'crime' de terem se casado com o tipo errado de pessoa
.

Um juiz da Virginia ameaçou prender o casal caso eles não deixassem o Estado e ficassem fora pelos próximos 25 anos.


O casal Loving se mudou para a capital americana, e com a ajuda da União Americana de Liberdades Civis e da Associação Nacional pelo Avanço dos Negros defenderam seu direito de se casar perante a Suprema Corte dos Estados Unidos.


No histórico julgamento do caso "Loving versus Estado da Virginia", em 1967, a Suprema Corte americana decidiu que a proibição do casamento interracial era inconstitucional - decisão que afetou as leis na Virginia e em 16 outros estados americanos.

O estado do Alabama, no sul, foi o último a abolir as leis que proibiam o casamento inter-racial - o que só ocorreu no ano 2000.


Do outro lado do Atlântico, a África do Sul proibia, até 1985, qualquer tipo de relacionamento sexual entre pessoas de etnias diferentes. A lei tinha o nome de Lei da Imoralidade.


Qualquer semelhança com o preconceito existente a respeito das pessoas com deficência, não é mera coincidência, é mero preconceito mesmo.


Preconceito que não é exclusivo das pessoas sem deficiência, diga-se de passagem. A criação de um portal de namoro destinado aos "deficientes" é a prova de que as pessoas acreditam que esses não podem se misturar com aqueles.


Pode-se alegar que, pela exclusão social, as pessoas com deficiência tem poucas chances de conhecer outro tipo de gente, o que não justifica a criação de mais guetos segregados além dos já existentes.


Ainda mais quando o espaço reforça a idéia de que o relacionamente entre as pessoas vai ser, ele mesmo, deficiente.


Deficiente, segundo o Aurélio, é aquele em que há deficiência, carência, insuficiência. Falho, imperfeito.


Logo, um namoro deficiente é aquele que é falho, imperfeito. Talvez pela falta de amor de alguma das partes, ou pela imperfeição da paixão, tão necessária a um relacionamento amoroso.


Um namoro não é deficiente pelo fato de uma, ou ambas as pessoas, terem ou não deficiência.


Conheço pessoas com deficiência casadas com pessoas sem deficiência. Relacionamentos que, se não são perfeitos, são muito felizes.


Conheço relacionamentos que não são deficientes entre casais onde ambos tem alguma deficiência.


E conheço relacionamentos deficientes entre pessoas sem deficiência nenhuma.


E continuo torcendo para que o amor entre as pessoas não seja definido pela CID ou pela CIF
.

Descrição da imagem: fotografia do casal Mildred e Richard Loving

Siminário de Psicomotricidade e Psicopedagogia 11 e 12 de novembro de 2011

Recebi de minha colega e amiga Gigi Amancio e estou divulgando a informção sobre o Siminário de Psicomotricidade e Psicopedagogia 11 e 12 de novembro de 2011. Com a presença do Vitor da Fonseca (Portugal) com a palestra sobre: "Funções executivas e aprendizagem" e "Avaliação das funções executivas" Além de outras palestras como: Bases Epistemológica...s da Psicomotricidade - Marcelo Antunes (RJ); A função do corpo no processo ensino aprendizagem - Claudia Jardim (CE); Processamento auditivo central: um diálogo entre a Fonoaudiologia e a Psicopedagogia na perspectiva da aprendizagem - Marilia Fontenele (Ce) entre outras. Você não pode perder. FAÇA SUA INSCRIÇÃO COM - Fátima Brito cel. 86738460 ou fatimabfo@hotmail.com

I Encontro de Juventude do CAMPE sobre Sexualidade na Visão da Pessoa com Deficiência‏

Cartaz - Seminário CAMPE.jpg

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Secretaria de Direitos Humanos de Fortaleza


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Profª Nadja de Pinho Pessôa
Presidente do Comdefor - Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa dom Deficiência de Fortaleza
Coordenadora Especial da Copedef - Coordenadorias de Pessoas com Deficiência

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os professores do Ceará Lutam por uma Educação Melhor

Carta aberta ao Governador do Ceará Cid Gomes por Ritacy Azevedo Teles

Excelência,

Preciso dizer-lhe publicamente que votei muito mal nas últimas eleições estaduais!
Sou professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação e me dedico à profissão intensamente há vinte anos. Votei em Vossa Excelência por o senhor apoiar a campanha de Dilma Roussef. Há quatro revelações que devo fazer aos professores para que possam me desculpar esse ato falho, embora saiba que muitos deles agiram como eu, pois acreditaram em suas propostas de fazer avançar a educação no Estado. É justo que o senhor as conheça!

  1. A primeira é a de que, na verdade, não havia, no Ceará, nenhum candidato dos que disputavam mais veementemente o Governo que fosse convincente, apesar do grande aparato midiático. Dos males, porém, viesse o menor. O senhor pelo menos contribuiu na campanha da Presidente. O meu prejuízo não foi completo.
  1. A segunda confissão é a de que, como o senhor, tentei ser esperta, pois votei em alguém de quem, mesmo não esperando um bom mandato, contribuía para o meu objetivo. Reconheço, contudo, que o senhor me superou no lucro de tudo isso, por ter sabido se apoiar na minha candidata para se eleger.
  1. A terceira é a de que não esperava ver colegas escrachados, humilhados, surrados, feridos, ensanguentados, desmaiados, tratados sem o mínimo respeito, como se vítimas dos famosos anos de chumbo da Ditadura Militar, principalmente ocorrendo este fato na Assembleia Legislativa, Casa que deveria defender os interesses da classe em vez de, subservientemente, ceder aos seus caprichos. Felizmente a população já sabe que apenas quatro Deputados votaram contrariamente ao plano de Vossa Excelência. Não será só o senhor a perder no próximo pleito, mas também todos os que, ao contrário dos quatro, "ferraram" os professores (Esta é a expressão: "ferraram", pois não consigo ser educada e suave diante de barbaridades e brutalidades).

  1. A quarta e última é a de que nunca me orgulhei tanto de ser professora. Estou feliz por saber que os meus colegas, os meus digníssimos colegas estão enfrentando como heróis seu autoritarismo e por saber que teremos avanços a partir de agora, pois a história dos professores cearenses muda a partir de agora, bem como a sua!
Continuemos, agora apenas entre nós! Não posso perder a oportunidade de satisfazer a uma curiosidade! Preciso perguntar-lhe: se o estudo do professor não tem valor no Ceará, que valor terá o do aluno? Ah, já sei... o senhor manda distribuir computadores a alguns. Quero lembrar que não são bobos. Vão recebê-los, mas não vão compensar as perdas do ano letivo!

Refiro-me à desvalorização da pesquisa e da obtenção de conhecimentos. Os professores, ao se submeterem a cursos como Especializações e Mestrados, desejam adquirir conhecimentos que difundirão para crianças e jovens do nosso Estado. Sei que não devem obter um título apenas nem principalmente para terem algum acréscimo financeiro em seus vencimentos. Seu maior anseio deve ser aprender mais, para ensinar mais e melhor. Esse argumento, porém, não pode dar sustento à desonestidade e à injustiça. O que se deve pagar a mais ao professor especializado, mestre ou doutor por essa conquista e pelos esforços necessários a ela tem que ser justo, e não desrespeitoso. Não deve se assemelhar a uma esmola, como a que o Governo de Vossa Excelência insiste em garantir. É necessário que todos os cearenses, da capital e de todos os outros municípios, saibam que a proposta para essa recompensa é humilhante e que precisaria que fosse decuplicada para corresponder a uma pequena porcentagem do subsidio de Vossa Excelência, que não precisou mostrar diploma nem provar conhecimento algum para governar o Estado. Para ser Governador, basta não ser analfabeto.
Algo mais grave!

Trato ainda de algo mais grave: do seu desrespeito ao professor. Suas infelizes frases, reveladoras do grande desdém que Vossa Excelência não soube esconder em seu discurso, magoaram a todos nós, e não apenas aos colegas da rede estadual. A sua sugestão de que professores devem trabalhar por amor só poderia ser aceita se eles não comessem; se não quisessem garantir às suas famílias pelo menos uma diminuta parcela dos benefícios que o senhor garante à sua e a si mesmo; se não se vestissem, se não precisassem pagar por energia, água, telefone e, o que já é impossível, se não precisassem de livros e de outros recursos para o seu crescimento intelectual.

Não posso deixar de comentar também sobre a sua declaração de que o professor que queira ganhar melhor deve migrar para a escola privada. Vossa Excelência não se preocupa com a evasão dos professores da rede estadual? Isso não seria problema? Outros seriam contratados? Não interessa a permanência dos professores por muito tempo no serviço público, para que projetos tenham continuidade e outros benefícios ocorram? A escola privada realmente se mostra mais justa que a pública para com o professor? Esse pensamento de Vossa Excelência é lastimável!
Por que falo tanto?

Não tenho interesses partidários nem sou membro da oposição. Mas sou uma professora! E mais: sou especialista e mestra. Não gosto de ver meu esforço desvalorizado. Não adentrei o serviço público de educação. Não tive o desprendimento e o heroísmo dos meus digníssimos colegas da educação pública do Estado do Ceará, os quais respeito muito. Não me considero, porém, culpada por não acompanhá-los em tamanho esforço porque, ao contrário de Vossa Excelência, não concordo que eu deva trabalhar só por amor, mas também por dinheiro.

Não digo que a sua visão de que o professor ou qualquer outro profissional deva trabalhar por amor é ingênua, pois ingênua seria eu se assim pensasse. Digo sim que é uma máxima cruel, insensível, revoltante, além de ridícula! Além de respeitar o professor, lamento pelo desdém de que ele é vítima, pelas humilhações a que é submetido. É absurdo um professor precisar destinar-se à Assembleia Legislativa do Ceará para reivindicar desgastantemente um direito garantido por lei que Vossa Excelência insiste em desrespeitar: o direito a um piso salarial de aproximadamente R$ 1100,00.
Um apelo...
Pense melhor, Excelência. Deixe a sensibilidade superar a arrogância e a indiferença pelas necessidades sociais. Seja prudente! O senhor já perdeu por tudo que tem feito!
Um aviso...

Não é só o professor da rede estadual que está insatisfeito, mas também o da rede privada de ensino, bem como outros segmentos. Não há causa sem efeito!
Sem mais,

Ritacy de Azevedo Teles

P.S.: O tratamento respeitoso de "Vossa Excelência" é mera convenção gramatical da qual não consigo me desvencilhar. Não deve entendê-lo literalmente

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Atenção Compartilhada e Identificação Precoce do Autismo

   COMO ESTIMULAR A ATENÇÃO COMPARTILHADA
                                                               Patrícia Reis Ferreira
O bebê com desenvolvimento típico, ao se relacionar com sua mãe, estabelece muitas interações face a face. Nestes momentos, a criança emite vários sons e expressões faciais, sendo comum parecer que ela está realmente dialogando com sua mãe. Paulatinamente, essas interações vão amadurecendo, e aos poucos, passam a incluir eventos e objetos do interesse da criança. Quando a criança olha para a mãe e mostra um brinquedo enquanto vocaliza e a mãe olha para aquele objeto pegando-o para brincar com a criança, está havendo alternância entre o olhar da mãe, o da criança e o objeto em questão. Elas estão compartilhando a atenção.
Sabe-se que crianças com autismo apresentam dificuldades nesse compartilhamento do foco da atenção, no entanto, essa habilidade é imprescindível para um bom desenvolvimento da comunicação, sendo considerada como precursora do desenvolvimento da linguagem. Abaixo, estão algumas dicas para estimular a atenção compartilhada:
  • Estimule o contato ocular, muitos estudiosos observaram, que esse é o primeiro passo para se compartilhar a atenção;
  • Interações face a face são muito produtivas, só assim seu filho poderá perceber para onde sua atenção está direcionada;
  • Sempre que sua criança balbuciar, vocalizar ou falar algo, contextualize dando significado aos sons que ela produzir;
  • Sempre que ela fixar a atenção em um objeto, demonstre seu interesse, comentando sobre aquele objeto ou utilizando o mesmo;
  • Chame a criança pelo nome, e aponte para objetos de seu interesse, fazendo com que ela os perceba;
  • Faça brincadeiras que alternem a vez entre o adulto e a criança, como mandar uma bola ou carrinho de um para o outro;
  • Estimule a criança a apontar para um objeto altamente preferido para ter acesso ao mesmo.


O blog Ensinado com carinho é um espaço criativo e alegre onde se enconta dicas, sugestões de atividades, divulgação das ações e  projetos da professora Karla Valéria. Vale conferir!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

curso de Formação de Professores em Tecnologias de Informação e Comunicação Acessíveis - UFRGS

 A inclusão, como fenômeno social, tem suas raízes na cultura, extrapolando em muito, os aspectos meramente escolares. A presença da heterogeneidade nos diferentes espaços socioculturais tem, numa relação de imanência, projetado políticas públicas de atenção à diversidade humana sob o tripé educação, saúde e assistência social. A partir dessa perspectiva, uma forma muito particularizada de abordar a deficiência orgânica ou a fragilidade psicológica foi instituída – o aluno especial para a educação especial, o paciente para a saúde, o beneficiário para a assistência social – produzindo ações isoladas e projetos desarticulados que dificultaram o reconhecimento das múltiplas dimensões da vida humana.

Hoje, a visão de necessidades especiais engloba um conjunto de aspectos que ultrapassam em muito o antigo conceito de deficiente. Essa mudança da deficiência para a necessidade especial, leva consigo a concepção da variabilidade humana e forja importantes deslocamentos. Do caráter permanente para transitório, da visão de adaptar a pessoa deficiente para viver na sociedade para a inclusão, por meio da adaptação da sociedade, pela superação das barreiras que impõe desvantagens na efetiva participação de sujeitos com necessidades especiais nos diferentes contextos socioculturais.

O respeito e a valorização da diversidade humana efetiva-se por meio do deslocamento do verbo integrar, a simples união de diferentes grupos, sem um projeto que institua um nova percepção para a diferença, para o verbo incluir, um movimento que efetiva-se por meio de políticas públicas que projetam e constroem a ação para o pertencer. Para que a integração se configure em uma prática de inclusão, é preciso que bases teóricas de respeito à heterogeneidade, é necessário que suportes técnico-metodológicos para a mediação com a diferença sejam discutidos e apropriados pela sociedade em sua totalidade e, em especial, por educadores e gestores de sistemas escolares contemporâneos.

Embora, nos últimos anos, o crescimento na área na inclusão sociodigital e escolar sejam inegáveis, ainda vivencia-se uma realidade brasileira desfavorável para sujeitos com necessidades especiais, fato comprovado pela grande maioria dos sujeitos colocados na exterioridade de processos educativos na rede escolar, por fragilidade na área sensorial ou cognitiva. Soma-se a esse fato, a dura realidade das condições de trabalho docente e a frágil formação dos professores, aspectos que têm impulsionado posições reducionistas centradas nas limitações e nas dificuldades do sistema de ensino regular em atender a diferença e a deficiência. Frente a isso, uma mudança valorativa e atitudinal por parte de órgãos governamentais, educadores, pesquisadores, e agentes sociais, levaram a conquista de um espaço para a construção de respostas ao desafio de garantir o direito de todas as crianças com necessidades especiais a inclusão no ensino regular.

É reconhecido que o processo de inclusão provoca mudanças na perspectiva sócio-educacional, não somente para sujeitos com necessidades educativas especiais mas, também, para todos os participantes do contexto sócio-educativo ao propiciar a participação da diversidade humana no tempo e no espaço do sistema escolar regular. A educação inclusiva traz benefícios para a sociedade e para todos os envolvidos no processo educativo - pais, alunos, professores -, pois, propicia a criação de uma sala de aula e de uma escola na qual indivíduos aprendem a respeitar, a compreender e a admirar as qualidades de todas as pessoas, independentes de suas diferenças físicas e cognitivas, aspectos que possibilitam que a sociedade com justiça e equidade social se efetive.

O Brasil vem desenvolvendo um processo de inclusão desde 1992, quando uma nova política de fortalecimento da Educação Especial foi estabelecida por meio da recriação da Secretaria de Educação Especial (SEESP), na estrutura do MEC (Ministério da Educação) - Lei 8.490/92. A garantia da educabilidade para todos passou a exigir dos professores do ensino regular conhecimentos específicos sobre os alunos com necessidades educacionais especiais, não mais sob a luz do seu possível déficit, mas, fundamentalmente, na valorização de suas potencialidades e possibilidades. Por meio das Políticas Públicas em apoio à Educação Inclusiva e dos projetos de Formação Continuada de Professores, o MEC assumiu como premissa a indissociabilidade da teoria-prática e a concepção de um processo educativo que necessita ser transformado e reinventado.

Das inúmeras possibilidades de recursos e de formas de apoio que se apresentam no cenário educativo contemporâneo, as tecnologias digitais têm revelado, em âmbito nacional e internacional, o grande potencial do campo de saber da Informática na Educação Especial na concretização de planos de ação para o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Entrelaçando tecnologias digitais de informação e comunicação com um qualificado plano de atendimento especializado, um ajuste às especificidades e à variedade de histórias de vida de sujeitos em processo educativo tem sido desencadeado, permitindo que heterogeneidade e a diferença seja lida com vantagem e não como prejuízo.

O saber e a materialidade das tecnologias digitais de informação e comunicação têm possibilitado a construção de interfaces para promover e impulsionar o desenvolvimento sociocognitivo desses sujeitos. No entanto, recursos computacionais, por si só, não desempenham as funções esperadas se não forem mediadas por professores capacitados.

*Material elaborado para o curso pela equipe UAB/UFRGS/NIEE - 2011