AEE

AEE
A Sala de Recursos Multifuncionais do Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Ana Vieira Pinheiro é um espaço onde o AEE- Atendimento Educacional Especializado acontece considerando as necessidades específicas do aluno para complementar e/ou suplementar a sua formação, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que favorecem a inclusão e eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos com deficiência, fortalecendo sua autonomia na escola e fora dela.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alfabetização Na Síndrome de Down - Professora Soderlânia




Pessoal, a professora Soderlania é minha colega do curso de braille e uma excelente professora de AEE.
Seu trabalho com leitura e escrita é conhecido no Juazeiro do Norte e região. Vejam o vídeo!
Sol você é um ser humano muito especial!!!








quarta-feira, 30 de maio de 2012

Psicólogo com paralisia cerebral defende inclusão escolar


A paralisia cerebral dificulta a fala e a coordenação motora, mas não a produção intelectual do psicólogo paulistano Emílio Figueira, 42.

O psicólogo e escritor Emílio Figueira, 42, em sua casa, em São Paulo (Foto: Divulgação)

A deficiência não o impede de estudar, escrever, ler, atualizar seus sete blogs e ministrar aulas on-line. Passa a maior parte do tempo em casa, no computador, no qual digita usando só a mão direita.
Para ele, o empenho da sua família no seu desenvolvimento foi um fator que o tornou um exemplo bem-sucedido de inclusão.
Na década de 70, inclusão não era uma palavra conhecida. O foco das instituições voltadas a deficientes era adaptá-los à sociedade.
Hoje o modelo se inverteu: é a sociedade que deve mudar para incluir os deficientes. “Até os anos 80, éramos vistos como coitadinhos. Tudo era cultura assistencialista. Mas nos organizamos e saímos do isolamento.”


Na adolescência, Emílio se mudou para Guaraçaí, (397 km de São Paulo), onde frequentou pela primeira vez uma escola regular. Vida normal! Nadava, jogava bola, ia a bailes. Viver entre garotos sem deficiência foi essencial ao seu crescimento, diz.
Aos 16, teve o primeiro livro publicado, de poemas. Não parou mais: calcula ter escrito 70, metade jogou fora. A obra mais recente, “O Que é Educação Inclusiva” (Brasiliense, R$ 19), trata de um dos seus temas favoritos.
A convivência entre pessoas com e sem deficiência traz vantagens para todos, prega. “Se você educar uma criança com deficiência entre iguais, não haverá estímulos. Mas, se ela for para uma escola normal, se autoestimulará.”
Nas faculdades, diz ele, o pior é a falta de material adaptado, como livros em braille: “Grande parte delas faz vista grossa para isso. O caminho é fazer movimento”.
Emílio considera a legislação brasileira sobre inclusão avançada, mas vê armadilhas na maneira como a Lei de Cotas (obriga empresas com mais de cem funcionários a reservar 5% das vagas a deficientes) vem sendo conduzida. “As empresas oferecem ou cargos baixos ou com alto nível de exigência. E dão a desculpa que há vagas, mas não há gente qualificada.”
Apesar das suas conquistas, há muitas coisas que gostaria de fazer, mas não pode.Dirigir, por exemplo. “Falar que eu levo uma vida totalmente normal é demagogia.”
O psicólogo conta que deseja viver uma história de amor, e a internet é sua aliada na busca. Contatos virtuais ajudam, segundo ele, a diminuir o estigma. “É possível conhecer a pessoa por dentro antes do primeiro encontro.”
O escritor Emílio Figueira, 42, que tem paralisia cerebral (Foto: Divulgação)

Emílio quer escrever um livro sobre sua experiência nos sites de relacionamento. “Espantei Mais Uma!” será o título. “Eu começava a conversa com as moças e na segunda mensagem já revelava minha deficiência. A maioria nunca mais me respondia. Cheguei a ter relacionamentos com duas, de uma gostei de verdade. Pensamos em nos casar, mas a família dela não deixou. Mas não me abalo fácil: continuo nos sites, tenho fé.”

Fonte: Folha Uol

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O SENHOR DA MINHA FÉ - Frei Betto



O SENHOR DA MINHA FÉ
(Frei Betto, Brasil)

Não creio no deus dos magistrados, nem no deus dos generais, ou das orações patrióticas.

Não creio no deus dos hinos fúnebres, nem no deus das salas de audiências, ou dos prólogos das consti­tuições ou dos epílogos dos discursos eloqüentes.

Não creio no deus da sorte dos ricos, nem no deus do medo dos opulentos, ou da alegria dos que roubam do povo.

Não creio no deus da paz mentirosa, nem no deus da justiça impopular, ou das venerandas tradições na­cionais.

Não creio no deus dos sermões vazios, nem no deus das saudações protocolares, ou dos matrimônios sem amor.

Não creio no deus construído à imagem e semelhança dos poderosos, nem no deus inventado para sedativo das misérias e sofrimentos dos pobres.
Não creio no deus que dorme nas paredes ou se es­conde no cofre das igrejas. Não creio no deus dos natais comerciais nem no deus das propagandas colo­ridas. 

Não creio no deus feito de mentiras, tão frágil como o barro, nem no deus da ordem estabelecida sobre a desordem consentida.

O DEUS da minha fé nasceu numa gruta. Era judeu, foi perseguido por um rei estrangeiro, e caminhava errante pela Palestina. Fazia-se acompanhar por gente do povo; dava pão aos que tinham fome; luz aos que viviam nas trevas; liberdade aos que jaziam acorrenta­dos; paz aos que suplicavam por justiça.

O DEUS da minha fé punha o homem acima da lei e o amor no lugar das velhas tradições.
Ele não tinha uma pedra onde recostar a cabeça e confundia-se entre os pobres...

O DEUS da minha fé não é outro senão o Filho de Maria, Jesus de Nazaré.

TODOS OS DIAS ELE MORRE CRUCIFICADO PELO NOSSO EGOÍSMO.

TODOS OS DIAS ELE RESSUSCITA PELA FOR­ÇA DO NOSSO AMOR.

(Extraído do livro Salmos Latino-Americanos)

Dicas de Atividades para Fortalecimento dos pequenos músculos das mãos


 
Atividades usadas para fortalecer os pequenos músculos
das mãos  que envolvem materiais que fornecem
resistência
  apertar, esticar, empurrar, puxar
  esconder pequenos objetos (miçangas, botões, feijão) dentro de uma massinha
espremer uma esponja com água para fortalecer mãos 
apertar borifador, spray de frascos ou pistola de água
apertar bolinhas texturizadas ou pequenos brinquedos de esguicho (peixinhos ou animais na hora do banho)
rasgar e amassar papel
puxar a corda (ou faixas de Thera-band)
Brincadeiras de bater palma
lançar e agarrar a bola
retirar as beiradas de papel do computador
pressionar diferentes partes da mão em massinha ou argila
passar formas geométricas em buracos
empurrar objetos pesados como caixa,cadeira e bola
 
 
Fonte:http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Video-Um Dossiê sobre o Autismo no Rio Grande do Sul -



ASSISTAM, COMPARTILHEM, FAÇAM PARTE DA FORÇA QUE MUDARA' ESSA TRISTE E INJUSTA REALIDADE NO BRASIL. É URGENTE!

http://www.youtube.com/watch?v=6U8BxXxyZ2g

Números acessíveis

Olha que gracinha os números que encontrei no blog da Elidiane Patricia!

NÚMEROS ADAPTADOS-AEE










Fonte: http://lidicinhasespeciais.blogspot.com.br

INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT

Queridos visitante, visitanto o site do Instituo Benjamin Constant achei interessante mostrar um pouco do trabalho com as crianças deficientes visuais. No site você encontra informações valiosas.  Publico aqui só algumas para ilustrar.


ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE NO JARDIM DE INFÂNCIA: Os alunos, de modo geral, aprendem a usar os obstáculos como fator de orientação.


MÃOS DADAS NO CONTRALUZ: É comum ver as crianças de visão subnormal orientarem as demais. Nestes casos, o que se estabelece não é uma relação de poder, mas uma sincera e natural integração, que passa pela amizade e compreensão das reais necessidades de cada um.



PROCURA-SE UM CHINELO: Uma das preocupações fundamentais na educação dos deficientes visuais é torná-los, tanto quanto possível, independentes. Ao permitir que a criança procure seu próprio chinelo, as educadoras oferecem meios pela ela construir a sua autonomia.

Poema


Se você deixa de ver a pessoa, vendo apenas a deficiência quem é o cego?
Se você deixa de ouvir o grito do seu irmão para a justiça, quem é o surdo?
Se você não pode comunicar-se com sua irmã e a separa, quem é o mudo?
Se sua mente não permite que seu coração alcance seu vizinho, quem é o deficiente mental?
Se você não se levanta para defender os direitos de todos, quem é o aleijado?
A atitude para com as pessoas deficientes pode ser nossa maior deficiência...
E a sua também.

(Autor desconhecido)


Fonte: blog Na ponta dos dedos

Conhecendo o PROJETO MOTRIX







Olá pessoal, encontrei neste site mais esta maravilhosa oportunidade de trabalharmos com crianças e adultos deficientes físicos.

O MOTRIX é um software que permite que pessoas com deficiências motoras graves, em especial tetraplegia e distrofia muscular, possam ter acesso a microcomputadores, permitindo assim, em especial com a intermediação da Internet, um acesso amplo à escrita, leitura e comunicação. O acionamento do sistema é feito através de comandos que são falados num microfone.

O uso do Motrix torna viável a execução pelo tetraplégico de quase todas as operações que são realizadas por pessoas não portadoras de deficiência, mesmo as que possuem acionamento físico complexo, tais como jogos, através de um mecanismo inteligente, em que o computador realiza a parte motora mais difícil destas tarefas. O sistema pode ser acoplado a dispositivos externos de home automation para facilitar em especial a interação do tetraplégico com o ambiente de sua própria casa.

Saiba mais e faça o download no site do Projeto
 
 
Fonte: Blog Na Ponta dos Dedos

O que é tetraplegia?





Uma das limitações físicas mais severas (ou tetraplegia), onde ocorre a perda em maior ou menor grau, do movimento dos braços e pernas do indivíduo. Existe uma imensa gradação nessa perda de movimento, que pode ir desde a perda de força, até uma imobilidade completa. As situações que provocam a tetraplegia são muitas, mas quase todas tem a ver com danos a uma porção da medula na coluna cervical. 


Coluna 
cervical
 
Os maiores causadores são os acidentes de automóvel, os provocados por mergulhos de cabeça, os tiros, os erros médicos e os acidentes vasculares cerebrais. O número de pessoas portadoras de tetraplegia é muito maior do que a maioria das pessoas imagina, pois esses indivíduos são freqüentemente mantidos em suas residências (em suas camas), absolutamente isolados do mundo; e quanto mais pobre, menos acesso terá a tecnologias assistivas, e portanto mais isolado estará o indivíduo.
 
Embora os dados do censo brasileiro de 2000 não forneçam informações detalhadas, pode estimar em cerca de 200.000 pessoas portadoras de tetraplegia no Brasil. Sob diversos aspectos, um indivíduo tetraplégico está em ampla desvantagem em relação a uma pessoa normal. Ele está impedido de andar, e como existe a deficiência nos membros superiores, também tem muita dificuldade para acionar dispositivos que exijam atuação de ordem física (como cadeiras de rodas). Um tetraplégico normalmente não terá controle das suas funções excretoras, e assim provavelmente usará sondas urinárias (ou dispositivos semelhantes) e fraldas higiênicas.
 
Até mesmo ficar o tempo todo na cama pode ser mortal: quase sempre ocorrerão escaras, feridas abertas devido à circulação sangüínea interrompida pelo peso do próprio corpo, que podem evoluir para uma infecção generalizada. A falta de movimento e controle das mãos pode ser leve, e com a ajuda de órteses ser possível comer e escrever, mas pode ser tão severa que impeça isso completamente, sendo a pessoa obrigada a contar com o auxílio de outras pessoas para realizar sua alimentação, higiene, acesso a itens de cultura (em outras palavras, ler e escrever), acesso a itens de comunicação (telefone, por exemplo) e assim por diante.
 
De qualquer forma, estudar para um tetraplégico é sempre muito difícil pois ele dependerá da ajuda constante de outras pessoas para escrever e ler. Essa dependência acabam por trazer ao longo do tempo o afastamento do tetraplégico do universo social, com várias conseqüências de ordem psicológica. Apesar dessa perspectiva tão negativa, hoje já é possível o acesso a um imenso arsenal tecnológico tem tornado viável uma vida muito menos penosa, tanto para a pessoa portadora de tetraplegia quanto pela sua família e a sociedade na qual ele está inserido. Muitos destes sistemas são ativados por voz, eliminando a necessidade do uso das mãos. Em alguns casos já estão disponíveis alternativas pouco convencionais como o acionamento de dispositivos com um sopro ou até pelo reconhecimento eletrônico do movimento do olho. 

FONTE: http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/tetraplegia.htm

Programa traduz textos em linguagem de sinais





Avatar comunica-se em Libras
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram umprograma de computador que traduz textos em Libras, a Língua Brasileira dos Sinais.

Partindo do texto escrito, os sinais são mostrados na tela por um personagem 3D, que os especialistas denominam de agente virtual, mas que é mais popularmente conhecido por avatar.

O personagem, que pode ser alterado de acordo com a necessidade ou conveniência do usuário, reproduz os sinais utilizados pela Libras. "Como a figura humana é apresentada em 3D, o usuário pode aproximar ou mudar o ângulo do avatar, caso queira compreender melhor a mensagem", explica Wanessa Amaral, que criou o sistema juntamente com o professorJosé Mário de Martino.

Ferramentas de Acessibilidade do Windows XP: Lente de Aumento e Teclado Virtual



Parte 1: Lente de aumento e Teclado Virtual

Lente de Aumento

A Lente de Aumento, assim como todos os outros utilitários das Ferramentas de Acessibilidade, se encontra em Menu Iniciar > Programas > Acessórios > ferramentas de Acessibilidade. Basta clicar no atalho para o programa ser iniciado.





A primeira tela da lente de aumento explica qual a sua função: proporcionar uma melhor leitura para pessoas com deficiência visual. Caso você queira que esta tela não se abra mais quando o programa for iniciado, marque a opção Não exibir esta mensagem novamente.











Na parte superior da tela, uma barra horizontal mostrará o texto de maneira aumentada e basicamente este é o funcionamento da lente de aumento. Você pode clicar e arrastar a "lupa" para qualquer lugar na sua área de trabalho.






Nível de Ampliação: Aqui você define a "potência" da lupa e quanto maior o número, maior a lupa.

Seguir o cursor do mouse: Ao ser marcada, a lupa seguirá o cursor do mouse, mostrando o que estiver em volta do mesmo.
Seguir o foco do teclado: Ao ser marcada, a lupa aumentará o foco usado com o teclado (usualmente com a tecla Tab, em caixas de diálogo)
Seguir a edição de texto: Ao ser marcada, a lupa aumentará o texto que estiver sendo digitado no momento.

Configurando a Lupa - Inverter cores: Ao ser marcada, as janelas mostradas na lupa aparecerão com cores bem contrastantes, para ajudar pessoas com deficiências graves na visão. Iniciar minimizado: Fará com que a janela de apresentação inicie-se minimizada. Mostrar 'Lente de aumento': A lente não é mostrada quando a opção está desmarcada.





















Teclado virtualEsta ferramenta foi feita para os usuários que sofrem alguma dificuldade manual para usar o teclado. Quando aberta, uma tela semelhante à tela de abertura da lente de aumento será aberta. E o procedimento para que ela não se abra mais também é o mesmo:











Agora você está de cara com um teclado virtual. Para usá-lo, basta clicar na tecla correspondente, com o foco na janela que você deseja "digitar" o texto. O programa permite até que você modifique o tipo de teclado. No menu Teclado você encontrará as opções para modificar a quantidade de teclas.









Como você pode perceber na imagem acima, também existem as opção Teclado Padrão e Teclado Avançado. Na foto abaixo você tem uma foto do teclado virtual no modelo padrão (sem a parte numérica na extremidade esquerda).











O teclado virtual também lhe dá a opção de mudar a forma de digitar e não apenas com o clique do mouse. Basta ir em Menu Configurações > Modo de digitação (no Menu Configurações há outras opções relacionadas a configuração do teclado virtual, vale a pena você dar uma espiada).

Clique para selecionar: A opção padrão do teclado, na qual você clica em alguma tela para que ela seja digitada.
Focalizar para selecionar: Esta opção permite que uma tecla seja digitada apenas mantendo o cursor do mouse pousado sobre ela. Em Tempo mínimo para focalizar você irá configurar o tempo que o cursor ficará pousado para que a tecla seja considerada como digitada.
Joystick ou tecla para focalizar: Esta opção não é muito utilizada, mas ela é parecida com a opção acima, porém você usaria um joystick para escolheras teclas.

Game para inclusão - Jogo Pesca letras desenvolvido para crianças cegas



INTERNET // Jogo Pesca letras desenvolvido por aluno da Católica para crianças cegas está disponível para download  no Pernambuco.com .

Mariana Souza tem 8 anos e é cega. Como várias crianças de sua idade, um de seus passatempos favoritos é ficar

Mariana fez o "test-drive" do game com seu pai, que também é deficiente visual, para que o autor Bruno Cosmo (à direita) fizesse as alterações necessárias. Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press
jogando no computador. Na maioria das vezes, ela joga sozinha sem a companhia de outra criança. Isso porque, boa parte dos jogos destinados a deficientes visuais é feita para ser utilizada apenas por essa população, não promove uma integração entre quem tem alguma deficiência e quem não tem.

Para mudar essa realidade, o estudante de Sistemas de Informação da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Bruno Cosmo, criou o jogo Pesca letras no qual crianças com deficiência visual ou auditiva podem jogar com crianças sem nenhuma necessidade especial. O jogo está disponível para download gratuito, a partir de hoje, no portal Pernambuco.com (www.pernambuco.com) na seção tecnologia. O Pesca letras é um jogo educativo bem simples e indicado para a garotada que está sendo alfabetizada ou que já conhece o alfabeto. Atravésdele, as crianças se familiarizam com os números e as letras do alfabeto, além de conhecerem melhor o teclado do computador.

Com um layout de uma praia (e o som da mesma), uma voz pede para a criança pescar determinada letra, aparecendo a imagem do caractere do alfabeto na tela. A criança cega deve encontrar a letra indicada, procurando-a no teclado. Já aquela que tem deficiência auditiva ou nenhuma deficiência, ao invés de buscar a letra no teclado, deve procurá-la num teclado virtual (em que as teclas estão apagadas). Então, com o mouse, clicar onde possivelmente está a letrinha.

"Já joguei esse jogo umas cinco vezes. Achei bem legal porque foi feito pra crianças que enxergam e que não enxergam. É sempre bom jogar com alguém, porque sozinha não tem graça", diz Mariana que, junto com o seu pai que é cego, testou o joguinho e deu dicas a Bruno do que poderia ser modificado.

O jogo pernambucano Pesca letras foi o resultado prático do trabalho de conclusão de curso de Bruno Cosmo, que pesquisou sobre tecnologias assistivas. O estudo obteve o primeiro lugar na Mostra de Trabalhos Acadêmicos realizada durante a 2ª Semana de Informática da Unicap "Aprendemos muitas teorias na faculdade e por que não utilizar os princípios e conceitos na prática? O objetivo do jogo é promover a integração de crianças deficientes com as não-deficientes, e conscientizar os profissionais de informática no sentido de desenvolver projetos comerciais acessíveis para essas pessoas com deficiência, que no estado somam 17% da população e o mercado não está de olho nelas", justifica ele.

Clique aqui para baixar o jogo

Autora da matéria: Raítza Vieira // Especial para o Diario aitzavieira.pe@diariosassociados.com.br
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2008/12/15/info4_0.asp 

Jogos de computador para cegos

No site portugues, Ler para Ver, encontrei sugestões muito interessantes de jogos para cegos. Leiam:  


Não sei se esta é uma realidade conhecida pela maioria de entre vós mas decidi escrever este artigo para dar a conhecer e talvez para orientar alguns possíveis novos interessados para este novo mundo que é uma fonte de bem-estar que nos transmite um sentimento de muita igualdade principalmente para os jovens como eu!
Eu em criança, como muitas crianças cegas tinha sempre o desejo incontrolável de ser igual aos outros e de fazer tudo o que os meus amigos faziam. Nessa altura todas as crianças passavam muito tempo a jogar computador e eu claro não conseguia.
Mas agora tudo mudou, muitos produtores (a maioria de países anglo saxónicos) criaram o fenómeno dos “acessible games” ou seja jogos que são totalmente acessíveis para pessoas sem visão.
E porquê? Simplesmente porque estes são jogos totalmente áudio onde a informação é totalmente sonora.
Para começar gostaria de indicar um site que digamos é o site da comunidade de jogadores e produtores de jogos para cegos:
www.audiogames.net

Este site (de língua inglesa) tem informação sobre todos os jogos existentes bem como descrições e links para o download dos mesmos. É uma excelente fonte para principiantes porque tem tudo o que devemos saber para nos orientarmos consoante os nossos gostos.
Não vou aqui dizer nem descrever os tipos de jogos que existem porque precisaria de escrever um artigo muito longo que poderia ser algo monótono mas diria para dar uma ideia que existem em versão áudio todos os tipos de jogos que existem para as pessoas com visão.
Em seguida vou citar um portal que tem um excelente jogo que é um simulador de corridas que está traduzido em português. O jogo chama-se Top Speed 2 e pode ser encontrado em:
www.playinginthedark.net
 
Outros jogos que são muito interessantes podem ser encontrados em páginas como:
www.kitchensinc.net
www.pb-games.com
www.vipgameszone.com
www.gmagames.com
www.lighttechinteractive.com
www.l-works.net
 
Existem muitos outros mas não seria interessante indicá-los todos porque seria uma lista interminável: apenas falei naqueles que me parecem ser os melhores. Se o tema interessar volto a escrever com mais informações.

Antes de terminar gostaria de mencionar um jogo on-line que está a ganhar cada vez mais adeptos que é um jogo que não é especificamente pensado para cegos mas que é perfeitamente acessível para os nossos leitores de ecrã e ainda por cima está traduzido em muitas línguas entre as quais o português. Neste jogo totalmente gratuito que é jogado no browser da Internet, somos um treinador de uma equipa de futebol e acompanhamos a nossa equipa na liga contra outros utilizadores. Joga-se em
www.hattrick.org

Programa amplia inclusão de pessoas com deficiência ao converter texto em áudio





O ministro da educação, Fernando Haddad, lançou nesta quarta-feira, 24, em Brasília a nova tecnologia Mecdaisy: um conjunto de programas que permite transformar qualquer formato de texto disponível no computador em texto digital falado. A ferramenta está disponível gratuitamente no portal do ministério.

Por meio do acesso ao Mecdaisy, qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento em computação pode produzir livros digitais falados e ler as obras com mais autonomia. “Esse é um passo importante para fortalecer a educação inclusiva porque a ferramenta permite o manuseio do livro falado e navegabilidade simplificada”, sintetizou Haddad.

Projeto MecDaisy - Acesse aqui e saiba mais

Acesse aqui o instalador do MEC/DAISY

Leia mais...
Nova tecnologia torna livros acessíveis a alunos cegos


Quer ler a matéria na íntegra? Acesse aqui
 
Fonte:  Blog  Na Ponta dos Dedos

Sugestões de atividades e estratégias inclusivas

ATIVIDADES E ESTRATÉGIAS

Quem tem deficiência é capaz de muita coisa:
ler, escrever, fazer contas, correr, brincar e até ser independente.A grande novidade é que, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial, as dificuldades deixam de persistir em tudo o que ela faz.

DEFICIENCIA VISUAL
O mundo pelo toque

A TURMA SE APRESENTA
Para fazer com que a turma acolha e se entrose bem com o novo colega, combine com as crianças que elas, uma por dia, o acompanharão ao pátio, ao banheiro, até a perua escolar etc. Em geral elas se entusiasmam com essas incumbências.

VENCENDO OS MEDOS
É comum a criança com deficiência visual sentir desconforto e até medo de mexer com alguns materiais, como cola. Mostre que você mesmo costuma tocar no material em questão, estimulando-a a fazer o mesmo para mostrar que não há mal nenhum em manipular e se sujar.

BRINCADEIRA EM DUPLA
Nas aulas de Educação Física, privilegie atividades feitas ao pares, como o pique-pedra, em que as duplas têm de correr para não serem pegas e virarem estátua. Assim o colega ajuda na orientação espacial do aluno cego.

CAIXA MÁGICA
Para criar um vínculo de confiança com o aluno, o professor prepara uma caixa cheia de objetos do cotidiano, como retalhos de pano, pedaços de plástico, perfume, pó de café, palha de aço e formas geométricas. O aluno com deficiência visual será convidado a, periodicamente (pode ser todo dia), pegar uma das coisas e descrevê-la diante da classE.

DEFICIENCIA MENTAL
O tempo de cada um
PROPORÇÃO
O desenvolvimento da coordenação motora pode ser mais lento em crianças que têm deficiência mental. Uma das maneiras de estimular o aluno a dominar seus movimentos é fazê-lo escrever o nome em folhas de papel de diferentes tamanhos. Assim, ele também visualiza a necessidade de aumentar ou diminuir a letra de acordo com o espaço.

INTEGRAÇÃO
É muito comum uma criança com deficiência mental ter problemas de oralidade. Por isso, aulas que estimulem o aluno a contar histórias são bem-vindas. É importante dar continuidade à atividade com bate-papos na classe sobre os personagens ou sugerindo que os estudantes dêem o próprio final à trama e o apresentem aos colegas. A atividade deve sempre ser feita com a turma toda.

VARIEDADE
Diversifique os meios de acesso ao conteúdo na sala de aula. Crianças com deficiência mental (e sem deficiência também) nem sempre aprendem por meio de folhas com exercícios impressos, livros didáticos ou material concreto de Matemática. Elas podem se identificar mais com músicas, passeios, desenhos,
vídeos ou debates.

DEFICIÊNCIA FÍSICA
Sem obstáculos para o saber

BEM-ESTAR FÍSICO
Procure saber sobre o histórico pessoal e escolar do aluno com deficiência, informe-se com a família e o médico sobre o estado de saúde e quais os efeitos dos
remédios que ele está tomando. Esse conhecimento é a base para sugerir qualquer atividade que exija esforço físico. Os exercícios podem, por exemplo, interferir na metabolização de medicamentos.

HABILIDADES BÁSICAS
Para ajudar a criança com deficiência física nas habilidades sociais, escolha atividades relacionadas às exigências diárias, como deitar, sentar e levantar-se, arremessar e pegar objetos, parar e mudar de direção. Proponha jogos nos quais o aluno faça escolhas (passar por cima ou por baixo de cordas ou elásticos), para que ele perceba o controle que pode ter sobre o corpo.

INTERAÇÃO
Estimule o contato da criança com deficiência com os colegas, permitindo a troca de idéias, a expressão de emoções e o contato físico para auxiliar nas diversas atividades.

PEÇAS IMANTADAS
Use material concreto e lousa com letras magnéticas para facilitar a formação de palavras e a memorização quando houver restrição no movimento dos braços.

Deficiência auditiva
Além do silêncio
ATITUDE DO PROFESSOR
Em sala, fale sempre de frente para o aluno surdo (se ele souber ler lábios), escreva no quadro e utilize textos impressos.

INFORMAÇÕES EM IMAGENS
Enriqueça as aulas produzindo murais com palavras, conceitos e conteúdos (a classificação gramatical das palavras, a conjugação de verbos, os dias da semana, os meses, as festas etc.). Você pode ainda elaborar pastas temáticas com imagens para cada
assunto estudado.

GRAMÁTICA
Faça jogos com fichas sobre questões gramaticais com respostas alternativas e destaque a correta. O adversário lê a pergunta e vê a resposta certa. Quem errar perde a vez. Se a criança surda não souber ler lábios, peça para um aluno escrever as questões num papel ou no quadro. Outra brincadeira interessante pode ser feita recortando períodos ou frases de um texto e embaralhando-os. As crianças devem ordená-los, treinando a seqüência lógica e o uso de palavras que fazem a ligação entre os trechos.

COMPREENSÃO DE TEXTO
Para saber se o aluno surdo entendeu um texto, peça que ele desenhe período por período. Isso mostra quais palavras se perderam ou não foram entendidas. Faça também perguntas que remetam aos elementos da sentença: Quem? O quê? Onde? Assim, o aluno aprende a conjugação verbal e o uso de preposições, artigos e conjunções

Deficiência múltipla
Sentir a vida

ROTINA DA ESCOLA
Estabeleça símbolos na sala de aula para que um aluno surdocego compreenda, aos poucos, sua rotina escolar: ao entrar na sala, ele toca a porta, o quadro e o giz, sempre na mesma ordem e com a ajuda do professor ou de um colega; antes de iniciar uma atividade, ele pode passar as mãos nas folhas de um caderno. O mesmo mecanismo serve para a hora do lanche e de ir embora.

RODA DE BRINCADEIRA
Observar o comportamento das crianças sem deficiência ajudaaquelas que têm deficiência múltipla a se desenvolver.Por isso, faça jogos e brincadeiras que reúnam a turma no final das aulas. Se o aluno com paraplegia, por exemplo, tem dificuldade para se movimentar, sente-o no chão (se o médico autorizar), em roda com os demais, e proponha uma atividade em que eles usem as mãos e os braços.

INCENTIVO AO MOVIMENTO
É possível estimular a criança de pré-escola que não engatinha. Deitada numa cama elástica, ela sente as oscilações causadas pela atividade dos colegas. Vê-los engatinhando e rolando a leva a tentar os mesmos movimentos. Se o médico autorizar, deixe-a o mínimo tempo possível na cadeira de rodas. Ela se sentirá instigada a se mexer ao se sentar com os colegas num tapete ou tatame.

HISTÓRICO DO ALUNO
Pesquise tudo sobre a criança: de onde ela vem, como é a família, como se comunica e quais as brincadeiras preferidas. Na avaliação, valorize a evolução do aluno, dentro de seus limites, e não os resultados. Afinal, em certos casos há um grande avanço entre chegar sem falar e depois participar das aulas oralmente.

Fonte: Revista nova escola -Edição Esp_011- Outubro 2006

Aprender com as Diferenças


O Patinho feio
 
O meu contributo para uma versão revista e ampliada 

A D. Patiana chocou todos os seus ovos com o mesmo calor e por isso esperava todos os seus patinhos lindos e espertos. Mas um deles, ao qual chamou Patusco, não correspondia ao seu imaginário: era estranho, de cabeça achatada e uns olhos esbugalhados.
Quando mostrou os filhitos ao pai, o Sr. Patolino ficou muito desconfiado com a aparição daquele filho tão diferente. Disse à companheira que talvez ela tivesse dado uma escapadela com um pato turista. A D. Patiana ficou ofendida, era só o que lhe faltava, nascia-lhe um filho tão esquisito e ainda tinha que aguentar acusações. Pôs-se então a pensar se não teria havido alguma troca de uma das suas vizinhas de choco. 

Quando percebeu que não conseguiria comprovar essa suspeita, começou a pensar que uma das patas que invejavam o seu companheiro talvez pudesse ter-lhe lançado uma maldição. E, mais uma vez, nada podia comprová-lo. Seria então algum castigo do Deus Patão por ela ter sido tão vaidosa? Ou seria um defeito genético passado de gerações anteriores e que agora se manifestava? Por mais que quisesse alguém ou alguma coisa a que atribuir as culpas, nada conseguia. Portanto, havia que assumir que era seu filho e cuidá-lo como aos outros. Mas custou-lhe muito. Chorou rios de lágrimas, sentiu-se traída pelo destino. Vendo o seu sofrimento, o Sr. Patolino concluiu que, em vez de passar a vida a discutir com a companheira, tinha era de estar do lado dela e decidirem juntos o que fazer para educar o Patusco.
Quer ler a continuação desta história (artigo) ? Acesse aqui.

Fonte: Planeta Educação - Sandra Estêvão Rodrigues Licenciada em Psicologia, Mestra em Psicologia da Saúde, ambos os graus pela Universidade do Minho, Braga - Portugal.

Diferença entre integração e inclusão - o reconhecimento de ser humano


de Suely Satow

Me consideraram uma exemplo de paralisada cerebral incluída, mas não é bem assim, eu sou INTEGRADA. Sofro muitos preconceitos.
Explico a diferença: se existisse a inclusão e não a inclusão pela exclusão, eu não estaria aqui servindo de exemplo. Não haveria nenhuma necessidade disso, pois todos estariam no mesmo patamar, que é o de ser humano e não um indivíduo rotulado de incapaz. Hoje, as pessoas rotulam o deficiente pela incapacidade, quando deveria ser do contrário, ou seja, eles devem ser vistos pelo lado de sua CAPACIDADE e, para isto, deve-se observar, pesquisar e estimular todas as capacidades encontradas nele e, principalmente, vê-lo como SER HUMANO, igual em sua humanidade, mas diferente, porque se apresenta diferentemente dos “comuns”.
2) tive de me moldar conforme as regras das pessoas comuns, ou seja, tive de fazer tudo o que uma pessoa comum fazia. Confesso que eu ia mais longe: fazia relatórios e resumos para outros alunos e sei agora, que era para ser integrada na turminha. Na inclusão, a pessoa com deficiência e outros alunos considerados problemáticos não terão de sofrer o “pão que o diabo amassou e triturou”, eles irão ter as coisas adaptadas a eles, eles serão respeitados em suas diferenças e passarão a ser como os outros e não um E.T. Eu concordo que isto ainda é uma utopia, mas se todos nós fizermos algo para a inclusão se instalar definitivamente, ela irá vingar.
3) o olhar do outro fazia com q eu sofresse muito. E não acontece só comigo. Acontece com outros alunos com deficiência, que acabam deixando as escolas por não agüentarem este olhar que vem carregado de descrença e conseqüente sofrimento para quem é dirigido.
Para que essa inclusão aconteça realmente e não fique só no papel e “brincadeiras acadêmicas” para aumentar ainda mais os artifícios da hipocrisia social, é preciso que toda a sociedade e as pessoas que dela fazem parte se repensem, reflitam e tenham um processo de trabalho sério com os próprios sentimentos. Sei que isto é muito doloroso, porque ninguém gosta de ver as próprias falhas, os próprios preconceitos, ainda mais com o surgimento do “politicamente correto”, onde é feio ter e mostrar qualquer tipo de preconceito, mas ela aparece nos olhares, no gestual etc., mesmo que a pessoa tente disfarçar ou de modo inconsciente. Isto é muito duro das vítimas agüentarem.
Acredito que a inclusão aconteça, quando houver uma desconstrução do velho padrão dos valores vigentes, para a reconstrução de outros, desta vez sem os pré-julgamentos das pessoas frente aos seus semelhantes, que todos somos. Acredito também, que a INCLUSÃO aconteça, quando TODOS (negros, pobres, doentes, mulheres etc. e não somente deficientes) tiverem seu reconhecimento como SERES HUMANOS.
Hoje temos a inclusão pela exclusão, muito bem explicada pela profa. dra. em psicologia social da PUC-SP Bader B. Sawaia, autora do prefácio do meu livro “Paralisado cerebral: construção da identidade na exclusão” e orientadora de minha tese, escreve
“Exclusão não é um estado que uns possuem, outros não. Não há exclusão em contraposição à inclusão. Ambos fazem parte de um mesmo processo. – “o de inclusão pela exclusão” – face moderna do processo de exploração e dominação. O excluído não está à margem da sociedade, ele participa dela, e mais, a repõe e a sustenta, mas sofre muito, pois é incluído até pela humilhação e pela negação de humanidade, mesmo que partilhe de direitos sociais no plano legal. A inclusão pela humilhação se objetiva das mais variadas formas, desde a inclusão pelo “exótico” até a inclusão pela “piedade” (personagem coitadinho) e não tem uma única causa. O estigma de ser portador de deficiência se interpenetra com outras determinações sociais como classe, gênero etnia e a capacidade de auto diferenciação dos indivíduos, configurando variadas estratégias de objetivação da reificação das diferenças. Para fugir à humilhação dessas diferentes formas de inclusão que lhes são oferecidas e ser “gente” para si e aos outros, o portador de IMC elabora estratégias de participação social fundadas no projeto de “apresentar-se socialmente ativo”, tornando-se, excessivamente exigente consigo mesmo, na busca da admiração e do amor de todos que o rodeiam. Enfim, para negar o papel de “sub”, opta pelo seu contrário, o de “super”, enredando-se por caminhos diversos na mesma trama da qual queria se libertar.
“Eu sou muito perfeccionista (…) Sempre tive medo de não conseguir realizar as coisas. Você tem que provar que você vai dar certo (…). Ou você mostra que é e o que pode fazer ou não consegue (…)”, diz um sujeito da pesquisa.”
Nesta fala, Maria sintetiza o sofrimento do portador de IMC, que na contraposição entre o personagem sub e super não logra o direito de “ser gente”. Incluir-se pelo personagem “super” é tornar-se exótico entre os “normais” e distinto de seus pares, apresentando-se como caricatura de si mesmo. A identidade humana se constrói na e apenas na diversidade, conforme enfatiza Maria,.
“Assim como você nasce com olho azul, ele nasce assim. Que bonito, né… A aceitação do ser humano como ele é… Se ele anda mancando, paciência. Se ele cair, paciência. É uma característica dele, como ser gordo, magro, loiro, moreno. Acho que tem que ser por ai.”
Realmente, tem que ser por ai a ação que Espinosa define como a “luta contra tudo que gera impotência e dor, tudo que despedaça a alma”.
Suely Satow é diretora executiva do Centro de Informação e Documentação do Portador de Deficiência (CEDIPOD) e doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994).

Fonte: Blog Disdeficiencia

Tecnologia Assistiva - Navega Feliz



Um projeto inovador, criado em parceria por profissionais da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Santa  Casa foi o vencedor do Prêmio de Tecnologia Assistiva e Acessibilidade da Região Norte da Universidade do Estado do Pará (Uepa), na categoria Profissionais e Estudantes de Ensino Superior, entregue no último final de semana no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania.

 
 Trata-se de um programa de computador que está sendo usado como ferramenta educativa e terapêutica para o atendimento de pacientes escalpelados na Santa Casa. O software “Navega Feliz” traz opções de jogo da memória, criação de histórias em quadrinhos e pinturas, usando personagens e paisagens bem regionais como a população ribeirinha em embarcações, rios e florestas. Entre as personagens, uma bonequinha usando touca, bem característica das meninas escalpeladas, chama bastante a atenção e funciona como alerta para o acidente que ainda é frequente nos rios da Amazonia.

O projeto Navega Feliz começou a ser desenvolvido em 2008, com o financiamento da Fapespa e tinha a intenção de desenvolver um software educativo. Hoje ele integra o Programa de Direitos Humanos e Aprendizado em Rede: Construção e Ativação de Redes para Formação em Direitos Humanos que tem financiamento do Governo Federal.


Acesse o link para o projeto - http://www.ebi.com.br/navegaFeliz/

Fonte: http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=85851

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ganhamos mais um presente esse ano!

Seja muito bem vinda querida aluna!

Conheça o Portal Nacional de Tecnologias Assistivas

 

Projeto viabilizado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social (SECIS), do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI), em parceria com o Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil).

O Portal Nacional de Tecnologia Assistiva é um instrumento de troca de informações e conhecimentos entre as iniciativas brasileiras na área da Tecnologia Assistiva. Concentra experiências de pesquisa, desenvolvimento, aplicação e disseminação de Tecnologia Assistiva e/ou Ajudas Técnicas, as quais visam promover a inclusão de uma população estimada em 45,6 milhões (Censo/IBGE).

Permite conhecer as necessidades das pessoas com deficiência e idosos, quais lacunas existem no país para que soluções se tornem amplamente acessíveis e possam beneficiar todos os cidadãos que delas necessitam, com informações de qualidade para subsidiar políticas públicas em Ciência.

O Portal é uma ferramenta capaz de estimular a interação entre usuários de Tecnologia Assistiva, profissionais e gestores públicos de diversas áreas (Ciência e Tecnologia, Saúde, Educação etc), empresas, centros de pesquisa e instituições que atuam para promover qualidade de vida e inclusão social das pessoas.

Acesse o link:  http://www.assistiva.org.br/conheca-o-portal

 

Viver sem Limite


Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência prevê investimentos federais de R$ 7,6 bilhões até 2014 para ações de educação, saúde, inclusão social e acessibilidade

A presidenta Dilma Rousseff lançou quarta-feira (17), em Brasília, ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, da ministra da Secretária de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e de outros ministros, o Viver sem Limite - Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Durante a cerimônia também foi anunciada a criação da Secretaria Nacional de Acessibilidade e Programa Urbanos, no Ministério das Cidades.


Para mais informações sobre o Viver Sem Limite, acesse o link:
http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/publicacoes/arquivos/campanha-viver-sem-limite

Fonte: http://na-ponta-dos-dedos.blogspot.com.br/2012/05/viver-sem-limite.html

terça-feira, 22 de maio de 2012

A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO CEARÁ NA NOSSA SALA DE AEE

 Cristiany, Nara, Ivan e Sandra
Cris, Nara, Cristina Sobral e Sandra

Recebemos na semana passada, aqui na sala de AEE do CEJA Ana Vieira, a visita da técnica da SEDUC, Nara Santos e da técnica da 17ª CREDE, Cristina Sobral. Contamos tambem com a presença dos Coordenadores Escolares do CEJA, Ivan Araújo e Sandra Rolim. Foi um momento muito esclarecedor. Obrigada pelo apoio de todos vocês que acreditam que a inclusão é um processo possível!

PAIS DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL


As palavra que seguem são de um lindo jovem chamado Jorge, autor do blog http://jorgecamposrodrigues.blogspot.com.br/ . Jorge tem paralisia cerebral e como ele mesmo afirma nem por isso é menos ou mais que os outros. Ficam ai suas dicas para os papais e mamães:

SER PAI E SER MÃE É UM DESAFIO FEITO DE MOMENTOS DIFÍCEIS E MOMENTOS MARAVILHOSOS


1. O VOSSO FILHO É UM MEMBRO DA FAMÍLIA COMO OS OUTROS
POR ISSO, tratem-no como tal, acarinhem-no mas não o amimem, amem-no, mas não o super proteja
.
2. O VOSSO FILHO NASCEU DO CASAL, POR ISSO AMBOS SÃO RESPONSÁVEIS POR ELE. PORTANTO, partilhem as tarefas, tornar-se-á assim a vida mais fácil e o vosso filho sentir-se-á mais feliz.
3. TENTEM NÃO CRIAR BARREIRAS ENTRE VÓS E OS OUTROS, DIGAM DE INÍCIO A VERDADE SOBRE O VOSSO FILHO, podem ter a certeza que depressa se criará à vossa volta um círculo de pessoas que vos quererão ajudar.

4. PEÇAM AJUDA E ACEITEM A QUE VOS OFERECEREM. OS OUTROS SÓ VOS PODERÃO AJUDAR SE LHES FOR DADA A OPORTUNIDADE PARA ISSO. PORTANTO, deixem que os tios, primos, avós e vizinhos tratem dele quando necessário - eles saberão, se os ensinarem, a cuidar dele até vocês regressarem. Sentirão, assim, que os outros colaboram e o vosso problema será repartido e mais leve.

5. TENTEM QUE AS OUTRAS CRIANÇAS BRINQUEM COM ELE. Expliquem-lhes que o vosso filho aprecia a brincadeira, apesar de não poder mover-se como eles.

6. AJUDEM OS OUTROS A PERCEBER O VOSSO FILHO, RESPONDENDO ÁS SUAS PERGUNTAS. Acreditem que o melhor meio de mentalização da sociedade são os pais, através do seu comportamento natural.

• Subsistemas sociais (apoio social laboral)
• Centro Regional de Segurança Social
• Centro de Saúde
• Hospital
• Santa Casa da Misericórdia
• Associações de Pais.

7. MÃE, QUANDO ESTIVER MESMO CANSADA, NÃO DEIXE QUE A FALTA DE PACIÊNCIA CHEGUE. Descanse, descanse mesmo. Saia com o marido ou com os amigos. Acredite que o seu filho beneficia mais de uma mãe feliz e descansada durante duas horas do que de uma mãe cansada durante todo o dia.

8. É IMPORTANTE QUE OS PAIS CONTINUEM A TER VIDA DE CASAL, tão importante é para vós como, para o vosso filho sentir que tem pais unidos .

9. AJUDEM O VOSSO FILHO A APRENDER A COMPORTAR-SE SOCIALMENTE. Na aprovação dos pais a criança começa a perceber o que deve ou não fazer CONTUDO, não o critiquem continuadamente, estimulem as atitudes correctas, não esqueçam que o estímulo ou desaprovação deverá ser dos dois - pai e mãe.

10. O FUTURO DO VOSSO FILHO É CONSTRUÍDO DEGRAU A DEGRAU. Ajudem-no a desenvolver ao máximo as possibilidades presentes e estimulem-no a atingir a etapa seguinte. Tristezas, preocupações, esperanças em milagres não ajudam, só prejudicam. Progresso, só um pequeno que seja, permite manter a esperança de que haja outro passo em frente.

11. EXPRIMAM AS VOSSOS OPINIÕES, PERGUNTEM TUDO O QUE FOR NECESSÁRIO PARA VÓS E PARA A VOSSA CRIANÇA. Do vosso contacto diário com a criança, vão conhecê-la melhor que ninguém. Os técnicos estão em função de vós e do vosso filho.. Juntos, pais e técnicos formam uma equipa coesa.

12. APESAR DE O VOSSO FILHO PODER ESTAR DEPENDENTE FISICAMENTE DE VÓS ELE EVOLUI. PORTANTO, comportamento a ter com o vosso filho aos 12 meses não deverá ser o mesmo a ter com ele aos 2 anos e assim progressivamente.

13. TORNAR A CRIANÇA INDEPENDENTE É VERDADEIRO AMOR. O vosso filho tem o direito de crescer e ser ele próprio. A ser tão independente quanto possível. Algumas falhas que surjam na vossa relação com ele são naturais e fazem parte da descoberta que pais e filhos partilham através de uma relação íntima que se está a formar e desenvolver.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

MÃES, ALZHEIMER E MÚSICA.




Imagem publicada – a imagem de um homem, negro, norte-americano, de nome Henry, que faz parte de um documentário sobre Alzheimer e a Música, narrado por Oliver Sacks. Este homem me fez lembrar com emoção do que aprendi sobre a força da música em nossos corações e mentes. No vídeo trailer do documentário Alive Inside, após ouvir uma música de seu passado, Henry sai de sua apatia e posição deprimida para um renascimento (Veja link abaixo do texto). Era esse renascer do brilho nos olhos como um passe de mágica que desejei um dia: como todos os filhos de pessoas com Alzheimer, em especial uma mãe, que eles/elas retornem a nos reconhecer... Porém não somos as músicas de seu passado.


Viver pelo menos até conhecer todos os costumes e acontecimentos do homem; estender toda a vida passada – já que a futura não nos é dada; concentrar-se antes de diluir-se; merecer ter nascido; pensar no sacrifício que cada respiração custa a outros; não idealizar o sofrimento, embora se viva dele; guardar para si apenas o que não se deixa adiante, até que isso se torne maduro para outrem e se dê; odiar a morte de qualquer outro tanto quanto a própria; um dia fazer as pazes com tudo, nunca com a morte.” (Elias Canetti, Sobre a Morte)

Estender toda a vida passada pode vir a ser uma das mais importantes ações que teremos de realizar com nossas mães. E com elas fazer nossas pazes avançando contra a Morte...

Este texto é uma homenagem àquelas mães que, vivendo apenas do passado, não mais reconhecerão seus filhos no presente. Elas vivem e convivem com alguma demência. Porém como as outras nunca deixarão de sua uterina e prolífica capacidade de fertilizar a Terra...

Em suas mentes ressoam apenas belas e velhas canções ou músicas...

Tenho pensado muito em minha mãe. Talvez tentando refletir sobre o que tentei aprender-ensinar por muitos anos: é preciso aprender a deixar morrer em nós os nossos mortos. Não retornar/regredir ao útero e avançar para a Dona Morte, dizia outro Henry, Henry Miller.

A minha “uterina” mãe me retornou a mente nos últimos tempos muitas vezes. Não foi tristemente ou com pesar. Era a lembrança de seu sorriso comigo ao colo ainda um garotinho alegre lá nas Minas Gerais. A memória dela retornou, intensamente, ao assistir o vídeo com o Henry.

Publiquei e difundi, recentemente, este vídeo sobre a relação entre Alzheimer e a Música. Trata-se de um trabalho desenvolvido nos EUA, onde pessoas com demência passaram a “despertar” seus cérebros e mentes com “velhas” músicas. Através do trailer do filme Alive Inside mostra a extraordinária terapia musical feita com pacientes que sofrem/vivem com o Alzheimer ou outros tipos de demência.

Sim, há muitos anos já experimentei na prática o quanto a música pode nos manter VIVOS por dentro. Sim já havia comprovado o efeito Mozart. A música pode nos redimir, pode nos incentivar, pode nos reorganizar e pode até nos tirar de algum sofrimento “inside”...

Assim ocorreu comigo e a minha filha Luana (1994), que ao nascer ficou quase um mês em uma incubadora e lhe dei Mozart de “terapia intensiva”, com um pequena caixa de som ligada a um mini toca cds. E as suas convulsões diminuíam.

Apesar do ceticismo e a visão “científica” dos neurologistas, à época. Assim nós aguentávamos as muitas horas e os ruídos de aparelhos de sobrevivência daquela UTI neonatal. O tempo escorria com menos dor psíquica. Era a minha segunda experiência iatrogênica. Mais um filho com paralisia cerebral no meu mundo.

Um pouco desta experiência pessoal foi levada para a minha Clínica. Experimentei, anos depois (1990), a introdução de músicas na avaliação/tratamento de pessoas com diagnóstico de Alzheimer. E mais uma vez a minha mãe retornava a minha mente. Ela é que me “ensinou” o gosto pela música como paixão.

Porém o mais importante é que ela me ensinou também que poderíamos espantar nossos males com o canto. E este ditado foi colocado em minha prática com os meus “pacientes”. Um tempo que as dores e as perdas de mobilidade me afastaram. E, por enquanto, não esqueci.

Uma das músicas prediletas e autobiográficas da Dona Ditinha (esse era seu apelido carinhoso, na redução de Ana Benedita) foi a que mais me marcou nessa experiência. Talvez, imagino hoje, se escutada por ela lhe reanimasse algumas belas lembranças afetivas.

Tratava-se de uma musica cantada por Carlos Galhardo. Os mais novos nem devem saber de sua existência na música popular brasileira. É dele a interpretação original da música “Fascinação”, a mesma que depois se imortaliza na voz de Elis Regina: - “Os sonhos mais lindos sonhei – de quimeras mil um castelo ergui”...

Só que eu não tive a chance de aplicar essa ‘”musicoterapia” para a minha própria doadora de vida e música. Minha mãe recebeu o diagnóstico de demência de forma tardia, pois a sua idade precoce para o quadro não era, à época, um fato corriqueiro para a neurologia.

Eram os anos 80, onde ainda se confundia quadros mentais, demenciais, vasculares e todos eram enquadrados como ‘’arteriosclerose’’. A visão ainda obtusa da medicina não via as nuances entre os muitos tipos de demência ou quadros neurodegenerativos. Todos estavam “incluídos”, sem exceção na ideia de “morte neuronal definitiva”.

Hoje já podemos, segundo notícias, predizer uma demência até 10 anos antes dos primeiros sintomas, como a molécula PiB» (composto B de Pittsburgh) anunciada pela Universidade de Coimbra (Portugal). Hoje avançamos nas biotecnologias e na farmacologia para muitas surpreendentes descobertas. Quem sabe que caminhos ainda percorremos?

Foi-se este tempo que tratou a Doença de Alzheimer e outras demências como um processo neurodegenerativo que só recebia diagnóstico pós-morte. A máxima era que não havia medicação ou tratamentos para estas “escleroses” dos velhos.

Porém a Dona Ditinha estava no ápice de sua maturidade quando seu quadro se apresentou. Nem chegara aos seus 60 anos. E sua condição de rápida perda de memória, decrepitude física, distúrbios comportamentais, e, principalmente, a depressão emocional foram confundidos com um quadro apenas mental.

Eu, recém-formado em medicina, não pude ter a experiência que hoje já acumulei. Mas insisti sobre seu diagnóstico. Porém não basta que tenhamos um conjunto de sintomas e determinemos um nome para um sofrimento humano. É preciso alguma forma de esperança ou de promessa de pró-cura.

Quem me dera ter sido afetado, na época por esta minha experiência com a música e o Alzheimer. Não vivenciei o que depois só aprendi na prática e na pele. Escrevo hoje, mesmo nas frias e dolorosas madrugadas, embalado por música clássica.

Os sons de Corelli, Bizet, Chopin, Vivaldi, Mozart, Beethoven, e outros gênios estão me ajudando a organizar estas ideias, palavras, afetos e lembranças. Também tiram o meu foco da dor física ou psíquica. Lançam-me em outras galáxias do meu minúsculo universo subjetivo. Re-animam.

Esta é a música que desperta o Henry no vídeo, que ao lembrar-se de seu predileto compositor ,Cab Calloway, o“desperta”. Reanima em seus olhos e nas palavras o que desejei ter para presentear a todas as mães: a vontade de renascimento, de re-viver, aquilo que só os úteros entendem. Lá neles há os primórdios de nossas noções musicais com os sons placentários e do coração, assim como outros do corpo materno.

E, como Henry, eu posso então dizer que a música me dá o ‘sentimento e o sentido do amor’.

Qual é o melhor presente a ser dado às mães que não conseguem mais a lembrança de quem são os seus filhos? Talvez a melhor homenagem a lhes prestar seja lhes dar suas músicas prediletas. E, também, mesmo que estejam ausentes para nós, que cantemos suas canções, inclusive as que ouvimos para nos embalar o sono.

Espero que muitas famílias, em especial filhos e filhas, possam compreender a importância de levar seus familiares, com quadros semelhantes, em direção dos seus sons primordiais e antigos. Uma “velha” melodia, um velho long-play, um cassete jogado no fundo do armário, poderá ressuscitar milhões de neurônios adormecidos.

E, não retornando ao útero caminhamos todos e todas em direção à Morte. Há, porém que celebrar aquelas que nos deram essa chance de viver intensa e criativamente essa jornada. Há mães que superam quaisquer obstáculos.

Não devemos olhar para nossas mães, seja no ontem ou hoje, como vítimas, ou como perdas, com luto antecipado. Vejam, por exemplo, a notícia de uma mãe que, para além de seus filhos com deficiência, encontra seu próprio tempo para o trabalho e para a prática do triatlo. Ela não corre da vida e sim pela Vida, inclusive a dela.

Não precisamos transformar nossas experiências com um familiar em um penoso cuidar, ou pior um culposo e triste movimento de negação de nossas próprias vidas. Daí decorre as falsas “dedicações exclusivas”, ou melhor, excludentes e penalizadas.

Não entramos na sessão errada e nem no filme que não queríamos assistir. Esta é uma experiência vital para os que descobriram recentemente um parente ou uma mãe com este diagnóstico. Vejam a bela campanha desenvolvida em Israel. Precisamos de um pouco dessa visão compartilhada do que é se sentir desorientado, confuso e sem memórias.

De minha mãe Ana fica sua lembrança musical. Ana, que apesar do nome nunca trabalhou com a negação da vida, sempre nos estimulou para sua afirmação. Dela vêm os afetos e encontros alegres e gosto pela música.

Desde uma orquestra como Ray Conniff até uma sinfonia de Mozart, passando pela música popular brasileira. Eis minha herança, são os seus legados vitais. Poderão, talvez, ser um dia também minhas únicas lembranças afetivas?

Lamento que não tenha aplicado com ela o exercício da paz através da música para os que vivem na desorientação do tempo e do espaço, com vagas lembranças de quem eram e de quem são os seus filhos. Mas tenham certeza de que ela conseguiu-me musicalizar para a vida. E eu desejo que todos sejam contaminados pelo musi-cartografar as nossas existências fugazes.

À MINHA, À SUA, A TODAS AS MÃES O MELHOR “PRESENTE”, PARA ALÉM DAS FLORES E PRESENÇA, UM POUCO DE MÚSICA E ENCANTO, independente do que nos lembramos, ou elas se lembrem de nós....

Autor: Jorge Márcio

Fonte: http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/05/maes-alzheimer-e-musica.html