AEE

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A Sala de Recursos Multifuncionais do Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Ana Vieira Pinheiro é um espaço onde o AEE- Atendimento Educacional Especializado acontece considerando as necessidades específicas do aluno para complementar e/ou suplementar a sua formação, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que favorecem a inclusão e eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos com deficiência, fortalecendo sua autonomia na escola e fora dela.

sexta-feira, 30 de março de 2012

AUTISMO: O AMOR É AZUL?




Imagem publicada – a fotografia de uma criança, de costas, comtemplando o vasto oceano que está à sua frente, com uma forte luz de crepúsculo se anunciando, iluminando o mar. Ele está sentado sobre uma rocha, qual aquela que fundamentaria nossas formas de amar. E abaixo desta foto esta a palavra AUTISMO com cada letra maiúscula em uma cor diferente, como são os autistas; com a letra A em azul,U em rosa, T amarelo, I vermelho, S violeta, M verde, O em laranja como um pequeno sol que precisamos reconhecer seus brilhos e intensidades diferenciadas, como os reconhecemos na passagem das horas e do tempo... A criança está em isolamento, isolada, solitária ou autísticamente em comunhão com a vastidão?

Homenagem ao DIA INTERNACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O AUTISMO

O amor é azul quando estou com você (L'amour est bleu Quand je suis à toi)

Nos Anos 60/70 surgiu uma música que retoma minha memória. É repleta de boas e intensas lembranças. Vivia a plena era do que chamávamos de ‘’Flower Power’’, ou seja, nos intitulávamos de hippies, roqueiros ou chamados de subversivos. Só escutávamos os Beatles ou Rolling Stones, e, apesar da contracultura, dançávamos ao som de um bom vinil orquestrado. Ainda não tinhamos perdido o Pasquim e o Millôr.

A música que insiste em voltar na minha mente é: L’amour est Bleu. É uma gravação de uma orquestra típica e famosa daqueles anos: Paul Mauriat. Esta canção orquestrada foi o fundo de muitas e românticas histórias de minha geração. Uma geração que vivia entre uma ditadura militar e o sonho de outra liberdade.

“Dançávamos” tristemente também, sob tortura, nas nossas dores físicas e psíquicas, nos interrogatórios e nos pau-de-arara,,, O amor não era então mais azul? Tínhamos de endurecer, pero sin perder la ternura...

Mas os que me leem estão se perguntando o que tem a música de Mauriat com o Autismo? Primeiramente diria que em todos 02 de abril, em todo o mundo, se comemora o Dia Internacional sobre o AUTISMO, uma data criada para que o termo e a condição de saúde possam ser mais bem compreendidos e os preconceitos serem demolidos. E a cor adotada para marcar esta conscientização é o AZUL...

Então por que uma lembrança dos Anos 60 me toma sempre que chegamos perto do dia 02 de abril? É que o AZUL, O love is BLUE, O amour est BLEU também trazem um outro tema junto com a música e sua letra. Trazem-me uma frase do psicanalista Bruno Bethelheim: ‘’ só o amor não basta’’.

Este psicanalista, que também experimentou as agruras de um período de repressão e limitações da liberdade, escreveu um livro que muitos de nós psi utilizamos nas reflexões sobre os autismos: “Love is not Enough: The Treatment of Emotionally Disturbed Children”. Ou seja, para o tratamento de crianças com distúrbios ou desordens emocionais "só o amor não basta".

Bethelheim fez sucesso no mesmo período de Paul Mauriat. Mas suas experiências na Escola Instituto Sonia-Shankman em Chicago para crianças psicóticas, em Chicago, construíram um dos primeiros mitos sobre os autistas e suas famílias. É dele a teoria que as mâes do tipo "geladeira", ou seja, esterotipadas e diagnosticadas como distantes e frias, em seus afetos confusos com seus bêbes, seriam as responsáveis pelos quadros de autismo ou psicose infantil.Incapazes de amar?

Essa teoria perdurou por alguns anos. Em meados dos anos 80 começou a ser questionada e demolida, por falta de fundamentação experimental e científica. Mas a idéia de culpabilização dos familiares perdurou. Ainda há os que vêem nos familiares a principal gênese dos diferentes transtornos invasivos do desenvolvimento.

Bastaria que utilizássemos as idéias de outro psicanalista, no caso Winnicott, para repensar as teorias de Bethelheim, para quem a disciplina era um dos meios e métodos de cuidado com as crianças consideradas autistas. Para o psicanalista inglês as mães não são necessariamente perfeitas ou imperfeitas. E, por sua experiência prévia como pediatra, além dos casos que cuidou, bastaria que fossem "good enough mothers". Ou seja, mães suficientemente boas...

Winnicott indagou, com precisão, se o conceito de autismo não se deu como uma ‘’invenção’’. Foram os conceitos de Kanner, Spitz, Bethelheim que tornados ‘’verdades científicas’’, mesmo sem a devida comprovação, que forjaram sistemas de pensamento que dificultaram ou impediram a construção de novas cartografias sobre os sujeitos submetidos aos diagnósticos de autismos. E daí para suas institucionalizações foi dado um simples e pequeno passo...

É aí que indago sobre a visão romântica que precisa ser desmitificada sobre o universo das famílias e das pessoas com autismo. Já escrevi que uso o termo no plural, ou seja, autismos, para revelar as diferenças e as nuances de cada sujeito que os vivencia. Temos de abrir, da forma mais ampla possível, nossas percepções e conceitos sobre estas vidas e seus transtornos. As pessoas que os amam, ou não, também são plurais...

Mas o nosso amor pode se tornar AZUL no contato com pessoas que vivem e supervivem os autismos? Já expliquei este contágio em texto anterior descrevendo minha experiência em psiquiatria com um jovem com autismo. Ele me ensinou os primeiros passos questionadores da práxis do cuidado de diferentes transtornos invasivos do desenvolvimento.

Na minha experiência guardada com muito afeto ainda tenho aquele artista da água bem fundo no meu corpo e vida. A presença da frustração e dos milhares de sentimentos que um autista nos desperta me ensinaram, e ainda preciso aprender mais, sobre o respeito as sua singularidades. Não é fácil aprender a amá-los em suas multicoloridas formas de ser e estar.

Portanto, retomando o texto de Bethelheim, talvez endurecido por suas passagens por torturas e privações em campos de concentração nazista, criou-se um mito sobre o amor dos autistas, de suas famílias, e, em especial, das mães. Para elas é que escrevo e dedico, também, esta reflexão.

Precisamos lembrar os outros que estão por trás destas mulheres. Parodiando o poeta Whitman diria que estão por detrás delas também "grandes homens". Há hoje os milhares de pais que são suficientemente bons. Estes também merecem nossas homenagens e nossos doces abraços.

Por isso, no dia da conscientização sobre os autismos vamos lembrar também dos que se dedicam de ‘’corpo e alma’’ na defesa dos direitos de seus filhos, assim como dos filhos de outros, independentemente de seus ‘’diagnósticos’’. Estes são os que já compreenderam a necessidade de ir além do amor. Compreenderam que ele é Azul e fundamental.

Mas só o amor não basta, é preciso, hoje o reconhecimento e a realização dos direitos humanos de pessoas com autismo...

Podemos tentar é ampliar a ‘’máquina do abraço’’ de Temple Grandin, reconhecer a multiplicidade etiológica destes transtornos, avançar no reconhecimento de sua pluralidade sintomatológica, não reduzir aos esquemas biologizantes de algumas teorias, não simplificar e naturalizar, retomando as velhas teorias psicanalíticas e seus teóricos, o que é tão vasto como a Terra...

Não é só o cérebro de um sujeito com autismo que é maior. São também maiores as suas formas de comunicação apesar de ainda estarmos engatinhando na sua compreensão e tradução.

Por isso repito mais uma vez: A TERRA É AZUL e o AUTISMO TAMBÉM.... o meu coração anda cantando em azul, e dia 02 estarei vestindo essa ‘’romântica’’ cor.

Por falar em direitos, uma última pergunta: quantos são, como vivem e como vem sendo cuidados/assistidos/educados/tratados/institucionalizados/incluídos ou excluídos, e, principalmente, amados os autistas e os autismos no Brasil?

Copyright jorgemarciopereiradeandrade 2012-2013 (favor citar o autor e as fontes em republicações livres pela Internet ou outros meios de comunicação de massa)

PS - Não podemos esquecer do Dia Internacional de conscientização e "saída das sombras" das EPILEPSIAS - O "PURPLE DAY", pois que os sujeitos com epilepsia também vivenciam os mesmos processos de exclusão, estigma e estereótipos das difersas formas de transtornos invasivos de desenvolvimento. Foi no dia 26 de março, uma data também muito especial para mim...eu nasci, e Beethoven morreu.

SOBRE O TEMA NA INTERNET –

Paul Mauriat: ♫ L'Amour est bleu (Love is Blue) ♫ http://www.youtube.com/watch?v=Z3nzFCESeME
Sucesso de Paul Mauriat e sua orquestra em 1968, "L'Amour est bleu" ("Love is Blue") é uma composição de Pierre Cour e André Popp, que a gravou originalmente em 1967. A canção foi enorme sucesso não só na França, mas também em vários países do mundo, e recebeu inúmeras gravações, como as de Caravelli, Claudine Longet, Clementine, Gabor Szabo, Jeff Beck, Los Indios Tabajaras, Michel Fugain, Michele Torr, Ray Conniff, Richard Clayderman, Sandpipers, Santo and Johnny, The Dells, Vicky Leandros...


Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo
http://www.mundoasperger.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=79:dia-mundial-de-conscientizacao-sobre-o-autismo-&catid=38:artigos-&Itemid=55

Bruno Bettelheim http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruno_Bettelheim

1 in 88 kids have autism in the US: CDC
(1 em cada 88 crianças têm autism nos EUA: Segundo o CDC) http://theautismnews.com/2012/03/29/1-in-88-kids-have-autism-in-the-us-cdc/

Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista - http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=92246&tp=1

Programação alusiva ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo – Fortaleza http://www.inclusaoediversidade.com/2012/03/programacao-alusiva-ao-dia-mundial-de.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+inclusaoediversidade+%28Inclus%C3%A3o+e+Diversidade%29

Purple Day, dia mundial de conscientização da epilepsia no mundo pela primeira vez no Rio de Janeiro http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=197073

Livros citados no texto e indicados para leitura:

SÓ O AMOR NÃO BASTA – Bruno Bethelheim, Editora Martins Fontes, SP,1976.
AUTISMO – Clinica Psicanalítica , Ana Elizabeth Cavalcanti e Paulina S. Rocha, Editora Casa do Psicólogo, São Paulo, SP, 2001.

LEIA TAMBÉM NO BLOG:
A TERRA É AZUL E O AUTISMO TAMBÉM http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/03/terra-e-azul-e-o-autismo-tambem.html

UM AUTISTA PODE VIR A SER UM ARTISTA COM A ÁGUA? http://infoativodefnet.blogspot.com/2010/04/um-autista-pode-vir-ser-um-artista-com.html

ASPERGER, UMA SÍNDROME DE MENTES BRILHANTES OU NÃO? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/11/asperger-uma-sindrome-de-mentes.html

FREUD E A "INVENÇÃO" DA PARALISIA CEREBRAL http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/09/freud-e-invencao-da-paralisia-cerebral.html

O RETORNO DA INTEGRAÇÃO PELA INCLUSÃO: novos muros nas escolas, fábricas e hospitais... http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/12/o-retorno-da-integracao-pela-inclusao.html

ORGULHOS ´MÚLTIPLOS' - no combate a todos os preconceitos http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/orgulhos-multiplos-no-combate-todos-os.html
 

http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/03/autismo-o-amor-e-azul.html

quinta-feira, 22 de março de 2012

21 de Março: Dia internacional da Síndrome de Down


Clique no link abaixo e assista ao vídeo feito em homenagem a todas as crianças com Síndrome de Down do mundo. 
Esta é uma indicação do blog Deficiente Ciente: o blog da inclusão e da cidadania de Vera Garcia. Nele, temos uma representante brasileira, a pequena Iara Figueredo Bonatti  que participou através do Instituto Meta Social.
O tema é:
"Eu quero aprender!"

Conheça a Associação Amigo Down - Florianópolis/Santa Catarina

quarta-feira, 21 de março de 2012

Educar nossos filhos: DESAFIO!

FILHOS DE BOM CORAÇÃO




Bondade não está na moda. Crianças boazinhas passam a impressão de que estão com medo ou são meio lerdinhas. Por que isso? Porque os contravalores que a sociedade está construindo e a mídia divulgando são outros. Vencer é melhor. Ser o mais rápido, mais esperto ou mais forte é alvo da molecada. As mensagens divulgadas estão impregnadas dessas idéias, enquanto as que valorizam o “bom coração” nem aparecem.

Minha avó já dizia: “Marcos, vá brincar com aquele menino, ele tem bom coração.” Eu ia. Mesmo sem saber o que realmente isso significava. E as brincadeiras eram muito legais, a gente se divertia muito. Quando eu brincava com alguém que não recebia esse título, logo desistia. Eram brincadeiras de empurrar, bater, sacanear alguém, jogar pedras em cachorros, quebrar vidraças. Parecia diversão, mas não era. Ficava aquele gostinho de “eu não devia estar fazendo isso”. Minha consciência pesava. Fazer o mal a alguém ou a algum animal para se divertir não era certo, nem no passado nem hoje. Ninguém precisa da dor do outro para rir. Podemos rir de tantas outras coisas. Podemos rir de nós mesmos e das nossas trapalhadas. Humilhar alguém para aparecer na turma, para ser o “popular” não é o caminho ao qual devemos incentivar nossos filhos.

Como ensinar os valores corretos? Falando, explicando, mostrando o que é humilhação, mostrando a dor do outro e fazendo nossos filhos refletirem a respeito. Esse é o começo. Além disso, podemos incentivar e elogiar todas as vezes que nossos filhos apresentarem algum comportamento solidário, honesto ou de caráter. Isso os fará perceber que o caminho para a maturidade está na construção e não na destruição. Está em agir de forma a aproximar as pessoas ao invés de afastar.

Recentemente estive conversando com um empresário em um vôo para São Paulo. Conversávamos sobre contratação e demissão. Como é difícil acertar. Um dos critérios que ele utiliza para demitir é a forma como o funcionário fez amigos ou inimigos dentro da empresa. Tem gente muito chata, meticulosa, legalista, mas ajuda é solidário. Outros são barulhentos, divertidos, falastrões, mas não ajudam ninguém, são egoístas e autocentrados. Ficam esperando elogios ao invés de trabalhar e de levar outros consigo para a vitória. Querem vencer sozinhos. Esses não permanecem na empresa. Os que ficam são aqueles que, não importando a personalidade que tem, são amigos, batalhadores, que elogiam os colegas quando acertam e criticam quando erram, mas o fazem discretamente. Pessoas assim não crescem por acaso, não tem sucesso por sorte. Crescem porque desde a infância aprenderam a valorizar o outro. São pessoas de “bom coração”.

(Revista Viver Curitiba, 2010)

MARCOS MEIER é mestre em Educação, psicólogo, escritor e palestrante. Seus textos encontram-se no site www.marcosmeier.com.br e seus livros no www.kapok.com.br

Você sabe "o que ensinar a seus filhos sobre crianças especiais"?


Diante do "imenso conteúdo" publicado no facebook  é sempre possível encontrar pessoas que se dedicam a compartilhar temas que nos interessam e nos fazem crescer como pessoas e como profissionais.
Assim é meu amigo José Antonio Klaes Roing, editor do blog EducaTube, um site "criado (em 2009) para indicar vídeos de e para educadores" além de tratar de recursos tecnológicos aplicadas na educação. Sua produção é tamanha que mal consigo acompanhar suas postagens.
Como sugestão de leitura, ele nos traz a tradução do texto "O que ensinar a seus filhos sobre crianças especiais" postado no blog lagartavirapupa.wordpress.com, criado por Andréia Werner, mãe de um garitinho autista que utiliza a rede para documentar as suas experiências e conquistas. Os textos originais em inglês estão no endereço: http://blogs.babble.com/babble-voices/ellen-seidman-1000-perplexing-things-about-parenthood/2012/02/29/what-to-teach-your-children-about-kids-with-special-needs/


Rabiscando...
"Para começar, não tenha pena de mim...
Ensine seus filhos para não sentir pena dos nossos...
Use o que eles tem em comum...
Ensine as crianças que há várias formas de se expressar...
Saiba que fazer amizade com uma criança especial é bom para as duas crianças...
Encoraje o seu filho a dizer "oi"...
Encoraje as crianças a continuar falando...
Dê explicações simples...
Ensine respeito às crianças com seus próprios atos...
Ajude as crianças a ver que, mesmo crianças que não falam, entendem...
Inicie uma conversa...
Não se preocupe com o constrangimento...".

Não deixe de ler os textos traduzidos na íntegra...pois estes são apenas os títulos. Vale à pena...divulgue e contribua com uma educação inclusiva.
Educar é um ato de amor.
 
fonte:  http://algunsriscoserabiscos.blogspot.com.br/2012/03/diante-do-imenso-conteudo-publicado-no.html

terça-feira, 20 de março de 2012

NÃO SOMOS ANORMAIS, SOMOS APENAS CIDA-DOWNS....




Imagem publicada – foto colorida de arquivo pessoal de Gabriel Almeida Nogueira, um jovem de 24 anos, que convive e supervive com sua Síndrome de Down, vestido de uma camisa branca, a moda de outros jovens, dançando alegremente com sua namorada, que está com um vestido vermelho. A sua descontração e alegria foi coroada, além da comemoração de dois anos de namoro, com sua entrada para a Universidade Federal de Pelotas. Ele irá fazer o curso de Teatro, mas já trabalhou como ator no filme “City Down”, um lugar aonde quem vem fazer a diferença, e se torna a "anomalia", é uma criança “que nasce normal"... (foto publicada no Jornal eletrônico G1 Globo.com)


Mais uma vez no mês de março tomamos a Síndrome de Down para reflexão e comemoração. Em 21 de março deste ano ela também estará na ONU. Mais uma conquista, uma maior visibilização e mais reconhecimento desta diferença de ser e estar com uma deficiência.


Entretanto, ainda temos alguns passos na direção de sua indispensável e inegável condição cidadã. Em 2004 difundi a Declaração de Montreal sobre os Direitos Humanos de pessoas com deficiência Intelectual. Lá já se revelava uma constatação: “PREOCUPADOS por que a liberdade das pessoas com deficiências intelectuais para tomada de suas próprias decisões é frequentemente ignorada, negada e sujeita a abusos”.

Passaram-se alguns anos e ainda precisamos indagar sobre como é ser e estar com esta condição. Quando é que a sua igualdade de direitos passa pelo reconhecimento de suas diferenças? Respondo que ainda temos muitos preconceitos que atravessam um corpo, uma vida e uma pessoa com Síndrome de Down. Ainda muitos são vistos como a-normais.

Ainda os temos como a ‘’cavalgada de mongóis’’, na cena memorável do filme o 8º Dia? A sua associação com Genghis Khan povoa alguns imaginários ainda... Seriam eles os novos ‘bons selvagens’, agora oriundos da Mongólia, bem longe de todos os nossos Ocidentes?
Recentemente publiquei uma matéria sobre polêmicas geradas a partir da reivindicação de pais que movem ações contra hospitais, laboratórios de pré-natal e médicos. Eles se sentiram com seus direitos feridos ao não terem o diagnóstico prévio e preventivo da síndrome (vejam o texto A Pagar-se uma Pessoa com Síndrome de Down.

É o crescimento de demandas judiciais sobre “crianças indevidas” que as triagens pré-natais, os exames genéticos e a escolha dos pais de recém-nascidos ou não com a Síndrome ou quadros genéticos. Daí decorre as buscas judicias de reparação.
Podemos, então, interrogar, mais uma vez, o que buscamos, tanto os pais como a sociedade, é a concepção geneticamente perfeita? Não pensamos, bem lá no íntimo, como construir uma ‘’normalidade’’ para toda e qualquer gestação?

Podemos tecer julgamentos, éticos ou bioéticos, sobre os pais de Kalanit, 04 anos, cujos pais Ariel e Deborah Levy, demandam, no Oregon (USA), uma ação de 3 milhões de dólares por um possível ‘’erro’’ de diagnóstico preventivo da Síndrome de Down de sua filha?

Sim, podemos e devemos refletir sobre os pilares que sustentam sua reinvindicação. O primeiro deles é de difícil demolição: o conceito de anormalidade.

A Síndrome de Down por sua condição genética, ligada ao Cromossomo 21, é uma das principais condições humanas que nos leva em direção ao conceito de corpos diferenciados. Houve um tempo, pelo visto não tão remoto, que a igualdade do homem consigo mesmo, a identidade de si, implicava na igualdade com seu corpo. Buscam uma perfeição saudável dos corpos, agora aperfeiçoada pelas biotecnologias de prevenção no período pré-natal.

Mas o que fazemos diante de um corpo que tem ‘’logo de cara’’ uma série de diferenças anatômicas, fenotípicas? Como olhamos, classificamos e discriminamos, principalmente, no reino das perfeições, uma ‘’anormalidade intelectual’? Os sujeitos com a Síndrome tem uma diferença intelectual que muitos ainda chamam de ‘’retardo mental’’. Essa seria talvez mais forte que quaisquer outras diferenças visíveis.

Afirmo aí que o fundamento, ou melhor, o fundamentalismo que moveu os pais, tanto na Espanha como nos EUA, podendo estar em qualquer país do mundo, é movido pelos preconceitos e pelo racismo. Somos todos racistas ou preconceituosos?

A base da busca de perfeição tem gênese nos conceitos biomédicos de normalidade, até o último fio de cabelo. O mundo aspira, conspira em silêncios e emudecimentos, pela eugenia, com tempos cada dia mais direcionados a parecermos ‘’normais’’.

A obra de Michel Foucault, os Anormais, apresenta as gêneses sociais e políticas que construíram o conceito de anormalidade. No final do Século XIX, depois do nascimento das biopolíticas, Foucault apresenta três figuras que representam o “anormal” em momentos históricos distintos: o monstro humano, o indivíduo a corrigir e o onanista.

Quando se construiu o conceito de deficiência mental para os ‘’portadores’’ desta síndrome a Medicina os conectou com outro conceito: o de uma ‘’aberração’’ cromossômica. Esta associação favoreceu a possível inclusão dos seus portadores no campo das monstruosidades humanas. Mais tarde, institucionalizados, também passaram pelo processo de correção, tanto reabilitadora como educacional especial. Finalmente, para coroar o processo, tornam-se portadores de uma ‘’sexualidade’’ ora exacerbada ou então desviante...

O seu diagnóstico, hoje já modificado, desde o ‘’mongolismo’’, passando pelo ‘’retardamento mental’’ até a concepção de sindrômicos, tornou-se portador de um estigma: a anormalidade.

A construção da anormalidade é uma das formas de confirmação de nossos racismos trans-históricos. Desde os tempos bíblicos, como no demonstrou Castoriadis, os racismos se fundamentam na distinção entre os que estão dentro e os que estão lançados para o lado de fora de alguns ‘’muros invisíveis’’ dos preconceitos.
Há ainda a questão bioética que se suscita com a ideia e as teorias sobre o abortamento de crianças diagnosticadas, no período pré-natal, com a Síndrome de Down. Esta prática remonta aos experimentos nazifascistas que guardavam as cabeças destas crianças para as suas comprovações de degeneração racial. Estudemos as leis racistas do período nazista na Alemanha e encontraremos a segregação com posterior eliminação dos que tinha estes diagnósticos da anormalidade, principalmente as de origem genética.

Mas como eliminar de um processo coletivo e transcultural a presença, mesmo que subjacente, desses estereótipos, estigmas e preconceitos?

Procuremos, hoje, então as 21 formas diferenciadas de reconhecimento das diferenças e singularidades de um sujeito que vive com Síndrome de Down. A primeira seria o reconhecer seu direito inalienável e humano à Educação. Quando vivenciamos, atualmente, o seu processo de inclusão social e escolar cada dia mais nos vemos diante de suas demolições paradigmáticas. Estão, como em uma prova com barreiras, cada dia mais ultrapassando mais uma.

Assim como um atleta negro provou a Hitler que não houve, não havia e nem existirá um povo eleito e uma raça superior...

Já temos mais que provas, para além dos Enades ou Enems, que até a Universidade não é mais uma barreira intransponível.

Os jovens Alysson, Kallil e Gabriel, nomes mais recentes, comprovam o que outros CIDA-DOWNS, já realizaram. Eles entraram, com louvor e dedicação, nas salas de aula das universidades brasileiras, em todas as latitudes e longitudes. Caminham no direito a uma nova gramática civil: não são mais os únicos ‘’anormais’. São e serão apenas cidadãos e cidadãs. São iguais como lhes afirma o Decreto 6949/2009 (a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência), e que se cumpram seus mais de 21 direitos HUMANOS...

Mas não bastam essas ‘’raras’’ presenças no meio universitário. Lá também devemos continuar promovendo, do ensino fundamental até as pós-graduações, a ruptura de um paradigma biomédico: a reificação das nossas deformidades humanas, nossas imperfeições genéticas, nossos pequenos defeitos. Temos de ir para além dos narcisismos das pequenas diferenças, são elas que nos tornam apenas HUMANOS. Eis uma tarefa imprescindível para a Educação inclusiva...

Somos, portanto, demasiadamente humanos, mas ainda distanciados de um re-conhecimento do Outro e da sua indispensável diferença e diversidade. Por isso se nos colocássemos dentro de uma cidade ou mundo dos que tratamos e excluímos talvez pudéssemos ‘’sentir na pele’’, esse verdadeiro Eu, o quanto “uma perturbação introduzida na nossa configuração (real e simbólica) do corpo é uma perturbação introduzida na coerência (ético-política) do mundo...”.

Podemos, enfim, dizer que somos todos Cidadãos ou Cidadãs ou apenas anomalias ambulantes que precisam de correção, esquadrinhamento, classificação e tratamento eugênico e higienizante, conforme a biopolítica para as Vidas Nuas?

No Século XXI os 21 também se declaram com direito às suas a-normalidades..., mesmo que para isso tenham de nos convidar para outra sessão de cinema, pois outros City Down virão ou uma próxima formatura de jovens Cida-downs, nas muitas universidades do Brasil e do Mundo.

PS- Caro Gabriel Nogueira não o inclui na minha “Carta a um Jovem com Síndrome de Down na Universidade” pelo fato do texto ter sido escrito antes que eu pudesse comemorar mais esta vitória e quebra de um velho paradigma, em 14/03.
Porém, gostaria que você lembrasse a todos/todas como foi este seu percurso até a Universidade, conforme a matéria publicada: ...”O primeiro filho de um casal pelotense sempre estudou em escolas normais. “Ele nunca repetiu o ano, sempre foi muito esforçado”, diz Joseane. Quando sua irmã mais nova decidiu cursar jornalismo, Gabriel entusiasmou-se com a ideia e também quis virar calouro. “A ideia foi dele. Nos questionávamos se ele iria conseguir, mas ele não se deixa intimidar, é de bem com a vida e conseguiu uma nota suficiente para entrar”.

Autor:  Jorge Marcio Pereira de Andrade
Fonte: http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/03/nao-somos-anormais-somos-apenas-cida.html

Divulgando as artes de minha amada terrinha - Icó

 
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 Nossa guerreira e presidente Maria Soares aprontando o Stand

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Passadeiras













sexta-feira, 2 de março de 2012

APROARTI

13 grupos do Ceará disputam vaga entre os Top 100
Grupos de artesãos do Ceará disputam o Prêmio Top 100 de Artesanato, promovido pelo Sebrae. Visita de consultores aos pontos de venda vai avaliar qualidade dos produtos e gestão dos grupos produtivos
FOTO: IGOR DE MELO

O prêmio recebeu 1.826 inscrições, das quais 81 foram do Ceará.
Treze artesões e grupos produtivos do Ceará foram selecionados para a próxima fase do Prêmio Top 100 de Artesanato, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

O Ceará é o estado com maior número de grupos pré-classificados, segundo o Sebrae-CE. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 12 grupos que seguem para a próxima fase. O prêmio recebeu 1.826 inscrições em todo o Brasil, das quais 81 foram do Ceará.

A próxima fase será a visita, em março, dos consultores do prêmio para verificar as informações fornecidas pelos candidatos. Serão avaliados critérios como inovação dos produtos, adequação ambiental e cultural e gestão estratégica. A premiação final está marcada para 28 de agosto, no Rio de Janeiro.

A coordenadora estadual do programa de artesanato do Sebrae, Juniar Elleyan, explica que os 100 grupos premiados no Brasil tem acesso a vários benefícios. Os artesãos participam de eventos e feiras nacionais e ganham visibilidade no catálogo do prêmio.

“Eles recebem também um selo que pode ser usado por três anos, o que promove o local das vendas”, acrescenta Juniar. Os 100 selecionados vão receber também uma consultoria de adequação de seus produtos ao mercado, para aprimorar de condições trabalhistas até embalagem.

Na segunda edição do prêmio, foram selecionados seis grupos de Mucambo, Juazeiro do Norte, Quixeramobim, Redenção e Tauá.

Atestado de qualidade

Um dos grupos selecionados para a próxima fase do prêmio deste ano é a Associação dos Produtores de Artesanato, Gestores Culturais e Artistas de Icó (Aproarti). A presidente da associação, Maria Soares Cândido, lembra que o selo do prêmio ajuda a divulgar os produtos nacionalmente, atraindo clientes.

“Os compradores que chegam já sabem que são produtos de qualidade os feitos aqui”, atesta Maria Soares. Ela conta que o diferencial da Aproarti é levar as características da arquitetura histórica da cidade para toalhas de mesa e almofadas bordadas. “Nosso artesanato agrega cultura, história e arte. Bom para o grupo, bom para o município”, destaca Maria Soares.


ENTENDA A NOTÍCIA
O Prêmio Top 100 de Artesanato é promovido pelo SEBRAE e escolhe as unidades produtivas mais competitivas do país, reconhecendo o trabalho dos artesãos brasileiros. Este ano, 182 grupos disputam o prêmio.
*Noticia publicada originalmente pelo site o povo online.

10 coisas que o aluno com autismo gostaria da professora


1.Comportamento é comunicação.

Todo comportamento acontece por uma razão. Ele conta para você, mesmo quando as minhas palavras não podem fazê-lo, como eu percebo o que está acontecendo ao meu redor. Comportamento negativo interfere no meu processo de aprendizagem. Entretanto, simplesmente interromper esses comportamentos não é suficiente; ensine-me a trocá-los por alternativas adequadas de modo que a aprendizagem real possa fluir. Comece por acreditar nisto: eu verdadeiramente quero aprender a interagir de forma apropriada. Nenhuma criança quer receber uma bronca por comportamento negativo. Esse comportamento geralmente quer dizer que eu estou atrapalhado com sistemas sensoriais desorganizados, não posso comunicar meus desejos ou necessidades ou não entendo o que se espera de mim. Olhe além do meu comportamento para encontrar a fonte da minha resistência. Anote o que aconteceu antes do comportamento: as pessoas envolvidas, hora do dia, ambiente. Um padrão emerge depois de um período de tempo.
2. Nunca presuma nada.

Sem apoio de fatos uma suposição é apenas uma suposição. Posso não saber ou não entender as regras. Posso ter ouvido as instruções, mas não ter entendido. Talvez eu soubesse ontem, mas não consigo me lembrar hoje. Pergunte a si mesmo:
Você tem certeza que eu realmente sei como fazer o que você está me pedindo? Se de repente eu preciso correr para o banheiro cada vez que preciso fazer uma folha de matemática, talvez eu não saiba como fazer ou tema que meu esforço não seja o suficiente. Fique comigo durante repetições suficientes da tarefa até que eu me sinta competente. Eu posso precisar de mais prática para dominar as tarefas que outras crianças.
Você tem certeza que eu realmente conheço as regras? Eu entendo a razão para a regra (segurança, economia, saúde)? Estou quebrando a regra porque há uma causa? Talvez eu tenha pegado um pedaço do meu lanche antes da hora porque eu estava preocupado em terminar meu projeto de ciências, não tomei o café da manhã e agora estou morto de fome.
3. Procure primeiro por problemas sensoriais.

Muitos de meus comportamentos de resistência vêm de desconforto sensorial. Um exemplo é luz fluorescente, que foi demonstrado muitas vezes ser um problema para crianças como eu. O som que ela produz é muito perturbador para minha audição supersensível e o piscar da luz pode distorcer minha percepção visual, fazendo com os objetos pareçam estar se movimentando. Uma luz incandescente ou as novas luzes econômicas na minha carteira vai reduzir o piscar Ou talvez eu precise sentar mais perto de você; não entendo o que você está dizendo porque há muitos sons "entre nós" – o cortador de grama lá fora, a Maria conversando com a Lurdes, cadeiras arrastadas, o som do apontador. Peça à terapeuta ocupacional da escola para dar algumas idéias sensoriais que sejam boas para todas as crianças, não só para mim.
4. Dê um intervalo para auto regulação antes que eu precise dele

Um canto quieto com carpete, algumas almofadas livros e fones de ouvido me dão um lugar para me afastar quando preciso me reorganizar sem ser distante demais que eu não possa voltar para o fluxo de atividades da classe de forma tranqüila.
5. Diga o que você quer que eu faça de forma positiva ao invés de imperativa.

"Você deixou uma bagunça na pia!" é apenas a afirmação de um fato para mim. "Não sou capaz de concluir que o que você realmente quer dizer é: por favor, lave a sua caneca de tinta e ponha as toalhas de papel no lixo". Não me faça adivinhar ou ter de descobrir o que eu devo fazer.
6. Tenha uma expectativa razoável.

Uma reunião de todas as crianças no ginásio de esportes e alguém falando sobre a venda de balas é desconfortável e sem significado para mim. Talvez fosse melhor eu ir ajudar a secretária a grampear o jornalzinho.
7. Ajude-me a fazer a transição entre atividades.

Leva um pouco mais de tempo para eu fazer o planejamento motor de ir de uma atividade para outra. Dê-me um aviso de que faltam cinco minutos, depois dois, antes de mudar de atividade – e inclua alguns minutos extras no final para compensar. Um relógio, com o mostrador simples ou um "timer" na minha carteira pode me dar uma dica visual sobre o tempo para a próxima mudança e me ajudar a lidar com o tempo mais independentemente.
8. Não torne pior uma situação ruim.

Sei que embora você seja um adulto maduro às vezes você pode tomar decisões ruins no calor do momento. Eu realmente não tenho a intenção de ter uma crise, mostrar raiva ou atrapalhar a classe de qualquer outra forma. Você pode me ajudar a encerrar mais rapidamente não respondendo com um comportamento inflamatório. Conscientize-se de que estes comportamentos prolongam ao invés de resolver a crise:
- Aumentar o volume ou tom de voz. Eu escuto os gritos, mas não as palavras.
- Imitar ou caçoar de mim. Sarcasmo, insultos ou apelidos não me deixam sem graça e não mudam meu comportamento.
- Fazer acusações sem provas.
- Adotar uma medida diferente da dos outros.
- Comparar com um irmão ou outro aluno.
- Lembrar episódios prévios ou não relacionados.
- Colocar-me em uma categoria ("crianças como você são todas iguais)".

9. Critique gentilmente seja honesta – você gosta de aceitar crítica construtiva?

A maturidade e auto confiança de ser capaz de fazer isso pode estar muito distante das minhas habilidades atuais. Você não deveria me corrigir nunca? Lógico que sim. Mas faça-o gentilmente, de modo que eu realmente consiga ouvir você.
- Por favor! Nunca, nunca imponha correções ou disciplina quando estou bravo, frustrado, super- estimulado, ansioso, "ausente" ou de qualquer outra forma que me incapacite a interagir com você.
- Lembre-se que vou reagir mais à qualidade de sua voz do que às palavras. Vou ouvir a gritaria e o aborrecimento, mas não vou entender as palavras e consequentemente não conseguirei descobrir o que fiz de errado. Fale em tom baixo e abaixe-se para falar comigo, de modo que esteja falando comigo no mesmo nível.
- Ajude-me a entender o comportamento inadequado de forma que me apóie, me ajude a resolver o problema ao invés de punir ou me dar uma bronca. Ajude-me a descobrir os sentimentos que despertaram o comportamento. Posso dizer que estava bravo mas talvez estivesse com medo, frustrado, triste ou com ciúmes. Tente descobrir mais que a minha primeira resposta.
- Ajuda quando você está modelando comportamento adequado para responder à crítica.

10. Ofereça escolhas reais - e apenas escolhas reais.

Não me ofereça uma escolha ou pergunte "você quer...?" a menos que esteja disposto a aceitar não como resposta. "Não" pode ser minha resposta honesta para "Você quer ler em voz alta agora? ou você quer usar a tinta junto com o Pedro?" É difícil confiar em alguém quando as escolhas não são realmente escolhas.
Você aceita com naturalidade o número enorme de escolhas que faz diariamente. Constantemente escolhe uma opção sobre outras sabendo que ter escolhas e ser capaz de escolher lhe dão controle sobre sua vida e futuro. Para mim, escolhas são muito mais limitadas, e é por isso que pode ser difícil ter confiança em mim mesmo. Dar-me escolhas freqüentes me ajuda a me envolver mais ativamente na minha vida diária.
- Sempre que possível, ofereça uma escolha dentro do que tenho de fazer. Ao invés de dizer: "escreva seu nome e data no alto da página" diga: você gostaria de escrever primeiro o nome ou a data? Ou "qual você gostaria de escrever primeiro: letras ou números?". A seguir diga: "você vê como o Paulo está escrevendo o nome no papel?"
- Dar escolhas me ajuda a aprender comportamento adequado, mas também preciso entender que há horas em que você não pode escolher. Quando isso acontecer, não ficarei tão frustrado se eu entender o por que:
▫ "não posso deixar você escolher nesta situação porque é perigoso. Você pode se machucar.
▫ não posso dar essa escolha porque atrapalharia o Sérgio (teria um efeito negativo sobre outra criança).
▫ eu lhe dou muitas escolhas mas desta vez tem de ser a escolha do adulto.
A última palavra: ACREDITE.

Henry Ford disse: "quer você acredite que pode ou que não pode, geralmente você está certo". Acredite que você pode fazer uma diferença para mim. É preciso acomodação e adaptação, mas autismo é um distúrbio não pré fixado. Não há limites superiores inerentes para aquisições. Posso sentir muito mais que posso comunicar e a coisa que mais posso perceber é se você acredita ou não que "eu posso". Espere mais e você receberá mais. Incentive-me a ser tudo que posso ser, de modo que possa seguir o caminho muito depois de já ter saído de sua classe.


Traduzido de Ellen Notbohm por Heloiza Goodrich, TOFonte: http://inclusaobrasil.blogspot.com/2010/07/dez-coisas-que-todo-aluno-com-autismo.html

Dia Internacional da Sindrome Down - 21 de Março



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AMIGOS NÃO CONTAM CROMOSSOMOS
 
fonte: http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br/2012/03/dia-internacional-da-sindrome-down.html   

Partilha entre Mães: Dia Mundial da Trissomia 21

Partilha entre Mães: Dia Mundial da Trissomia 21

TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH - O que é, quais os sintomas?




O que é?

A hiperatividade e déficit de atenção é um problema mais comumente visto em crianças e se baseia nos sintomas de desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum). Tais aspectos são normalmente encontrados em pessoas sem o problema, mas para haver o diagnóstico desse transtorno a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normais da criança ou do adulto.

Quem apresenta?

Estima-se que cerca de 3 a 6% das crianças na idade escolar (mais ou menos de 6 a 12 anos de idade) apresentem hiperatividade e/ou déficit de atenção. O diagnóstico antes dos quatro ou cinco anos raramente é feito, pois o comportamento das crianças nessa idade é muito variável, e a atenção não é tão exigida quanto de crianças maiores. Mesmo assim, algumas crianças desenvolvem o transtorno numa idade bem precoce. Aproximadamente 60% dos pacientes que apresentaram TDAH na infância permanecem com sintomas na idade adulta, embora que em menor grau de intensidade. Na infância, o transtorno é mais comum em meninos e predominam os sintomas de hiperatividade. Com o passar dos anos, os sintomas de hiperatividade tendem a diminuir, permanecendo mais freqüentemente a desatenção, e diminuindo a proporção homem x mulher, que passa a ser de um para um.

Como se desenvolve?

Geralmente o problema é mais notado quando a criança inicia atividades de aprendizado na escola, pelos professores das séries iniciais, quando o ajustamento à escola mostra-se comprometido. Durante o início da adolescência o quadro geralmente mantém-se o mesmo, com problemas predominantemente escolares, mas no final da adolescência e início da vida adulta o transtorno pode acompanhar-se de problemas de conduta (mau comportamento) e problemas de trabalho e de relacionamentos com outras pessoas. Porém, no final da adolescência e início da vida adulta ocorre melhora global dos sintomas, principalmente da hiperatividade, o que permite que muitos pacientes adultos não necessitem mais realizar tratamento medicamentoso para os sintomas.

O que causa?

Os estudos mais recentes apontam para a genética como principal causa relacionada ao transtorno. Aproximadamente 75% das chances de alguém desenvolver ou não o TDAH são herdadas dos pais. Além da genética, situações externas como o fumo durante a gestação também parecem estar relacionados com o transtorno. Fatores orgânicos como atrasado no amadurecimento de determinadas áreas cerebrais, e alterações em alguns de seus circuitos estão atualmente relacionados com o aparecimento dos sintomas. Supõe-se que todos esses fatores formem uma predisposição básica (orgânica) do indivíduo para desenvolver o problema, que pode vir a se manifestar quando a pessoa é submetida a um nível maior de exigência de concentração e desempenho. Além disso, a exposição a eventos psicológicos estressantes, como uma perturbação no equilíbrio familiar, ou outros fatores geradores de ansiedade, podem agir como desencadeadores ou mantenedores dos sintomas.

Como se manifesta?

Podemos ter três grupos de crianças (e também adultos) com este problema. Um primeiro grupo apresenta predomínio de desatenção, outro tem predomínio de hiperatividade/impulsividade e o terceiro apresenta ambos, desatenção e hiperatividade. É muito importante termos em mente que um "certo grau" de desatenção e hiperatividade ocorre normalmente nas pessoas, e nem por isso elas têm o transtorno. Para dizer que a pessoa tem realmente esse problema, a desatenção e/ou a hiperatividade têm que ocorrer de tal forma a interferir no relacionamento social do indivíduo, na sua vida escolar ou no seu trabalho. Além disso, os sintomas têm que ocorrer necessariamente na escola (ou no trabalho, no caso de adultos) e também em casa. Por exemplo , uma criança que "apronta todas" em casa, mas na escola se comporta bem, muito provavelmente não tem hiperatividade. O que pode estar havendo é uma falta de limites (na educação) em casa. Na escola, responde à colocação de limites, comportando-se adequadamente em sala de aula.

No adulto, para se ter esse diagnóstico, é preciso uma investigação que mostre que ele já apresentava os sintomas antes dos 7 anos de idade.

Quais são os sintomas da pessoa com desatenção?

Uma pessoa apresenta desatenção, a ponto de ser considerado como transtorno de déficit de atenção, quando tem a maioria dos seguintes sintomas ocorrendo a maior parte do tempo em suas atividades:

freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras;
com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades recreativas;
com freqüência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais, não chegando ao final das tarefas;
freqüentemente tem dificuldade na organização de suas tarefas e atividades;
com freqüência evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa);
freqüentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades;
é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa principal que está executando;
com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias;

Quais são os sintomas da pessoa com hiperatividade?

Uma pessoa pode apresentar o transtorno de hiperatividade quando a maioria dos seguintes sintomas torna-se uma ocorrência constante em sua vida:

freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
com freqüência abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
freqüentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isso é inapropriado (em adolescentes e adultos, isso pode não ocorrer, mas a pessoa deixa nos outros uma sensação de constante inquietação);
com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer;
está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor";
freqüentemente fala em demasia.

Além dos sintomas anteriores referentes ao excesso de atividade em pessoas com hiperatividade, podem ocorrer outros sintomas relacionados ao que se chama impulsividade, a qual estaria relacionada aos seguintes aspectos:

freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas;
com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez;
freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por exemplo, intrometendo-se em conversas ou brincadeiras de colegas).

Importância de tratamento médico para os portadores do transtorno.

São vários os motivos que mostram ser de grande importância médica fazer o diagnóstico e se tratar a criança (ou o adulto) com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

Primeiro, é importante se fazer o tratamento desse transtorno para que a criança não cresça estigmatizada como o "bagunceiro da turma" ou como ou "vagabundo", ou como o "terror dos professores".

Segundo, para que a criança não fique durante anos com o desenvolvimento prejudicado na escola e na sua vida social, atrasado em relação aos outros colegas numa sociedade cada vez mais competitiva.

Terceiro, é importante fazer um tratamento do transtorno para se tentar minimizar conseqüências futuras do problema, como a propensão ao uso de drogas (o que é relativamente freqüente em adolescentes e adultos com o problema), transtorno do humor (depressão, principalmente) e transtorno de conduta.

Como se diagnostica?

O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde capacitado, geralmente neurologista, pediatra ou psiquiatra. O diagnóstico pode ser auxiliado por alguns testes psicológicos ou neuropsicológicos, principalmente em casos duvidosos, como em adultos, mas mesmo em crianças, para o acompanhamento adequado do tratamento.

Como se trata?

O tratamento envolve o uso de medicação, geralmente algum psico-estimulante específico para o sistema nervoso central, uso de alguns antidepressivos ou outras medicações. Deve haver um acompanhamento do progresso da terapia, através da família e da escola. Além do tratamento medicamentoso, uma psicoterapia deve ser mantida, na maioria dos casos, pela necessidade de atenção à criança (ou adulto) devido à mudança de comportamento que deve ocorrer com a melhora dos sintomas, por causa do aconselhamento que se deve fazer aos pais e para tratamento de qualquer problema específico do desenvolvimento que possa estar associado.

Um aspecto fundamental desse tratamento é o acompanhamento da criança, de sua família e de seus professores, pois é preciso auxílio para que a criança possa reestruturar seu ambiente, reduzindo sua ansiedade. Uma exigência quase universal consiste em ajudar os pais a reconhecerem que a permissividade não é útil para a criança, mas que utilizando um modelo claro e previsível de recompensas e punições, baseado em terapias comportamentais, o desenvolvimento da criança pode ser melhor acompanhado.

Colaboradoras
Dra. Alice Sibile Koch
Dra. Dayane Diomário da Rosa

Fonte do texto: abc da saúde
Esta postagem pertence ao Espaço Educar.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Educação é Tudo

Crianças que desenvolvem autismo já apresentam alterações no cérebro antes do primeiro ano de vida


Pesquisadores sugerem que problema possa um dia ser detectado, e talvez interrompido, antes de se desenvolver por completo


Autismo: pesquisa mostra que crianças que revelam ter autismo após os dois anos de idade já haviam demonstrado alterações cerebrais aos seis meses de vida (Getty Images)

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, observaram que crianças com alto risco de desenvolver autismo já apresentam diferenças significativas no desenvolvimento do cérebro a partir dos seis meses de idade. O estudo, que foi publicado nesta sexta-feira no site do periódico American Journal of Psychiatry, sugere que o desenvolvimento da doença durante a infância possa ser identificado, e tratado, com antecedência.

Saiba mais

AUTISMO
Distúrbio que afeta a capacidade de comunicação e de estabelecer relações sociais. O autista comporta-se de maneira compulsiva e ritual. O distúrbio, que pode afetar o desenvolvimento normal da inteligência, atinge cinco em cada 10.000 crianças e é de duas a quatro vezes mais frequente no sexo masculino.

Na pesquisa, foram analisadas 92 crianças. Todas tinham irmãos mais velhos com autismo e, portanto, tinham grandes chances de também desenvolver o distúrbio, segundo os especialistas. Aos seis meses de idade, os participantes haviam feito imagem por tensor de difusão do cérebro, que é um tipo de ressonância magnética, e, aos dois anos, avaliações comportamentais. A maioria ainda havia feito imagens cerebrais adicionais quando tinham um ou dois anos. Após a avaliação comportamental, 30% das crianças demonstraram ter autismo.

Os autores do estudo observaram que as crianças que desenvolveram autismo apresentaram, nos exames que fizeram aos seis meses de idade, um desenvolvimento diferente das fibras presentes na substância branca, que é um dos componentes do sistema nervoso central. Essas fibras nervosas são vias que conectam as regiões do cérebro umas com as outras.

"É uma descoberta promissora", afirma Jason Wolff, um dos autores do estudo. "Isso sugere que o autismo é um fenômeno de todo o cérebro, e não somente de alguma região particular. Embora ainda seja preliminar, é um grande passo para começarmos a pensar em desenvolver um marcador biológico que preveja o risco de uma criança ter autismo mais cedo do que somos capazes de fazer atualmente."

De acordo com Wolff, esses resultados também sugerem que o autismo não aparece de repente nas crianças, mas se desenvolve ao longo da infância. "Isso levanta a possibilidade de que talvez seja possível interromper esse processo com uma intervenção médica adequada", diz o pesquisador.

FONTE: VEJA

terça-feira, 13 de março de 2012

Conversando sobre Inclusão - Dia AZUL - 02 de abril

Conversando sobre Inclusão.: O Brasil precisa conhecer o autismo. 02 ABR 2012 - ILUMINE O BRASIL DE AZUL PARA A APROVAÇÃO DO PL 1631/11!!



É URGENTE que arregacemos as mangas para a luta!

O Projeto de Lei nº 1631/11, que irá implantar em todo Território Nacional, eu disse: Todo Território Nacional - Diagnóstico precoce na rede pública de saúde básica mãe bêbe, Tratamento Multidisciplinar (que é o mais adequado as especificidades do autismo) e acompanhamento aos familiares, JÁ FOI APROVADO NO SENADO FEDERAL EM MAIO DE 2011! Agora, ele está na Câmara de Deputados aguardando aprovação!

Amigos de luta, a hora é essa!

Vamos iluminar o BRASIL DE AZUL NO DIA 02 DE ABRIL DE 2012 E EXIGIR A APROVAÇÃO DO PL Nº 1631/11!!!

ESSE SERÁ O NOSSO SLOGAN PARA O DIA 02 DE ABRIL DE 2012:

O BRASIL DE AZUL PARA A APROVAÇÃO DO PL Nº 1631/11!!!

VAMOS EMBARCAR NESSA LUTA!!!

Espalhem para os seus contatos, suas redes sociais, para Clínicas, consultórios, escolas, praças públicas, jornais, revistas, TV, rádios... Enfim, vamos espalhar essa CONVOCAÇÃO para a APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI Nº 1631/11!!!

E vamos iluminar o BRASIL DE AZUL!!!

ILUMINE O BRASIL DE AZUL PARA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI 1631/11!!!

Ulisses


" A Vida e a Liberdade, só as merecem aqueles que sem cessar tem que conquistá-las!"
Rudolf Von Ihering, jurista do sec XIX.
 
Fonte: http://www.barbaraparente.blogspot.com/2012/01/o-brasil-precisa-conhecer-o-autismo-02.html#links