Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de
lei (PL 4248/12) que quer tornar obrigatório o uso de audiodescrição em
filmes exibidos no cinema, nos canais de televisão (abertos e fechados) e
nos que estão disponíveis nas locadoras. O assunto esquentou nos
últimos meses e o debate não se limita ao Congresso.
Um dos porta-vozes do movimento pela Audiodescrição
no Brasil, Paulo Romeu Filho, explica a importância do projeto de lei
apresentado pelo deputado José Chaves. "É extremamente necessária a Lei
proposta. Queremos assistir a filmes no Cinema e, pra isso, precisamos
de audiodescrição", diz. Já existe Lei implementada sobre o uso de
audiodescrição na televisão. A Lei aprovada durante o ministério de
Hélio Costa prevê duas horas de programação, por semana, com
audiodescrição na televisão aberta. Mas a experiência de sair de casa e
desfrutar de cultura, não é garantida por tal lei.
A audiodescritora Lívia Mota trabalha por essa
inclusão. Formada em lingüística, pela PUC, se especializou em dar aulas
para cegos e, durante doutorado na Inglaterra, teve contato com a
Audiodescrição. De volta ao Brasil, desenvolveu o próprio trabalho e
hoje é um dos principais nomes da profissão no país. "É uma atividade
apaixonante que lhe permite desenvolver um senso de observação incrível.
É a arte de transformar imagem em palavras", conta.
Lívia trabalhou na pré estreia do filme Colegas, do
diretor Marcelo Galvão. A sessão para convidados contou com
audiodescrição. Na plateia, pessoas com deficiência visual e pessoas com
deficiência intelectual puderam acompanhar o detalhamento das cenas por
meio de fones de ouvidos.
Muitos dos espectadores se emocionaram ao perceber a
emoção dos convidados ilustres. Para Lívia, o impacto de uma ação como
esta na vida dessas pessoas é enorme: "elas se sentem iguais, com seus
direitos respeitados".
Antes dessa ocasião, Colegas já havia realizado uma
sessão especial com audiodescrição no Cine Sabesp, que ficou lotada. O
sucesso das exibições, para ela, é natural. "Quando existem produtos com
acessibilidade, as pessoas aproveitam", diz.
Com o projeto de Lei sendo discutido em Brasília e a
demanda cada vez maior por obras audiovisuais acessíveis às pessoas com
deficiência, o mercado de Audiodescrição só tende a crescer. Mesmo
assim, somente agora foi reconhecida a profissão de "audiodescritor" e
ainda são poucos os cursos de formação desses profissionais. "Estamos
trabalhando para que sejam abertos novos cursos e, mais do que isso, que
seja uma especialização, uma pós graduação com horas aulas suficientes
para formar um bom audiodescritor", conta Lívia.
Uma vitória já foi alcançada nesse sentido. Em agosto
desse ano, tem início o curso de pós-graduação em Audiodescrição na
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que será ministrado com 300
horas a distancia e 60 horas presenciais. Mas se você se interessou
pela profissão e mora longe da cidade mineira, também pode procurar
cursos perto de você. No site da Lívia você pode saber mais sobre Audiodescrição e achar informações sobre cursos em andamento. Passa lá!
Fonte: Tela Brasil – O portal de formação e informação sobre o universo audiovisual
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