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A Sala de Recursos Multifuncionais do Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Ana Vieira Pinheiro é um espaço onde o AEE- Atendimento Educacional Especializado acontece considerando as necessidades específicas do aluno para complementar e/ou suplementar a sua formação, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que favorecem a inclusão e eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos com deficiência, fortalecendo sua autonomia na escola e fora dela.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Uma rica reflexão de Fábio Adiron

Segregação travestida de inclusão
 

para Ginez Garcia que me ofereceu o mote

Quase diariamente eu preparo um resumo de notícias a respeito de deficiência, inclusão, educação e temas correlatos chamado Novidades do dia. Para editá-lo recebo links de colaboradores e também notícias pelos Alertas do Google.

Dia sim, outro também, aparece alguma notícia a respeito da criação de novos centros de formação, capacitação, preparação (ou qualquer outro nome bonito que queiram dar) de pessoas com deficiência. São criados pelos poderes públicos, prefeituras e estados, por organizações não governamentais e pelo setor privado.

A notícia sempre destaca a colaboração que esse tipo de centro vai dar à inclusão dos "coitadinhos dos deficientes" (não, eles não usam essa expressão, mas é exatamente esse o tom do discurso).

Alguns centros são para pessoas com deficiência em geral (mas só para pessoas com deficiência), outros para pessoas com deficiências específicas.

Exemplos típicos de segregação em nome da inclusão como bem notou o Ginez Garcia.

Ainda existe muita gente que acha que incluir é preparar as pessoas com deficiência para serem aceitas na sociedade, uma deslavada mentira.
Incluir é preparar a sociedade para conviver com todas as pessoas (independentemente de raça, sexo, classe social, deficiência ou qualquer outro fator de exclusão)
Para que centros profissionalizantes segregados? Não bastaria que as escolas profissionalizantes recebessem todos os tipos de pessoas?

Por que gastar rios de dinheiro com a construção de infraestrutura nova se é muito mais barato fazer as adaptações necessárias nos locais já existentes? (quem é que ganha com isso?)

Formação escolar ou profissional de pessoas com deficiência em ambientes separados do resto do mundo traz duas consequências óbvias:

A primeira é que essas pessoas com deficiência serão formadas para continuarem "deficientes", incapazes de viver autonomamente fora de contextos protegidos (e depois vão trabalhar em cooperativas de trabalho protegido recebendo esmolas a troco de trabalho escravo)

A segunda é que as pessoas sem deficiência nunca estarão preparadas para receber as que tem deficiência, pois a convivência nunca existiu. O que, certamente, continuará a alimentar a industria de "sensibilização" para receber esses alienígenas.

Infelizmente, as próprias pessoas com deficência ainda acreditam que isso é um benefício, que depois vai ser retribuído com votos.

A sociedade, que defende que os fins justificam os meios, agradece por não precisar mudar seu status quo.

Descrição da imagem: desenho de uma casa presa por correntes e fechada com um cadeado
 
Fonte: http://xiitadainclusao.blogspot.com/2011/11/segregacao-travestida-de-inclusao.html

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