AEE

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A Sala de Recursos Multifuncionais do Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Ana Vieira Pinheiro é um espaço onde o AEE- Atendimento Educacional Especializado acontece considerando as necessidades específicas do aluno para complementar e/ou suplementar a sua formação, identificando, elaborando e organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que favorecem a inclusão e eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos com deficiência, fortalecendo sua autonomia na escola e fora dela.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Neurofeedback

Treinamento de neurônios: técnica permite tratar depressão, isquemia e autismo

A técnica ensina a desenvolver 
a concentração, 
a aprendizagem, 
memorização o equilíbrio emocional.
    Quem encontra Felippo Bello conversando ao lado da mãe, participando das atividades escolares ou interagindo com outras colegas pode imaginar estar diante de uma criança como outra qualquer.
Desde cedo, no entanto, a família luta para vencer o autismo, uma disfunção geral do desenvolvimento, que compromete a capacidade de comunicação, a socialização e o comportamento, ameaçando a convivência da criança com o mundo.
Adriana Nogueira transformou sua vida para ajudar ao filho, Felippo Bello
Além do amor abdicado de Adriana, Felippo contou com o auxílio do neurofeedback. A técnica – desenvolvida há 50 anos - consiste numa espécie de treinamento neurológico do cérebro, que ensina a desenvolver a concentração, a aprendizagem, a memorização e o equilíbrio emocional. O processo não utiliza medicamentos, apenas os estímulos.
Com apenas um ano e meio, em meio aos telefonemas diários, a avó de Felippo percebeu que algo havia de estranho com o pequeno. A experiência com a educação de crianças especiais ajudou a identificar o isolamento do mundo. Em seguida, a família percebeu a fala desconexa e  a dificuldade de construir frases.
Desde então, a mãe de Felippo, a empresária Adriana Nogueira, travou uma luta pessoal em busca de mecanismos e tratamentos que facilitassem e emprestassem mais qualidade à vida do filho.
Mesmo diante de diagnósticos confusos que, por vezes, apontavam para a Síndrome de Asperger (que consiste num espectro autista que se diferencia do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo, os portadores são também conhecidos como autistas de alta performance), ela não perdeu a fé de encontrar uma forma de reconectar Felippo.
 “Sempre soube que não havia cura para o autismo, mas, através do neurofeedback, descobri que é possível que o portador se desenvolva por meio da interação social e cognitiva, regredindo total ou parcialmente alguns sintomas e comportamentos”, diz Adriana Nogueira.
Neurofeedback
O psicólogo especializado em neurofeedback nos Estados Unidos e Mestre em Neurociência pela Universidade de São Paulo(USP), Leonardo Mascaro explica que, na prática, o tratamento consiste, inicialmente, na realização de exames com o tomográfo, que descreve as bases neurológicas de cada paciente.
A partir da leitura eletroencefalográfica, são identificados as estruturas profundas do comprometimento que acomete o cérebro do paciente e, melhor ainda, viabilizam o treinamento destas estruturas cerebrais. “Com o resultado da leitura do mapa, condicionamos os neurônios através de estímulos diversos”, explica.
Leonardo esclarece que, embora clinicamente e do ponto de vista dos sintomas, muitas doenças de cunho neurológico -  como déficit de atenção e TOC, ou dislexia e quadros de anóxia – imitem umas as outras, o exame permite que haja uma diferenciação clara, evitando erros no diagnóstico e, conseqüentemente no tratamento, inclusive, o medicamentoso.
O resultado do tratamento por neurofeedback é demonstrado através de mapas obtidos no início e no final do tratamento de cada paciente, evidenciando cada condição de sua evolução.
O tratamento é válido não só para os casos de autismo, mas também no tratamento da dislexia, déficit de atenção, ansiedade, depressão e pânico, além de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), estresse pós-traumático, fadiga crônica e fibromialgia, insônia, bem como quadros iniciais de Alzheimer, traumatismo crânio-encefálico e de isquemia ou derrame.
“Cada vez mais é possível desenvolver as potencialidades do cérebro. Na última década, a tecnologia permitiu o alcance de uma evolução sem precedentes, fazendo com que o tratamento não medicamentoso dessas diversas condições seja uma realidade”, esclarece Mascaro.
O especialista revela que o neurofeedback não possui contra indicações, nem mesmo para aqueles pacientes portadores de deficiência visual ou auditiva. “Conforme o trabalho acontece, novos mapeamentos são feitos e ajustes no tratamento são destacados”, diz .
Carmen Vasconcelos
carmen.vasconcelos@redebahia.com.br
 
Fonte:http://autismovivenciasautisticas.blogspot.com.br/

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mãe ESPECIAL!!!

Ser pego de surpresa não é fácil, mas há certas situações que nem mesmo todo o tempo do mundo nos faz estar preparados. Acordei ansiosa, preocupada... No caminho tentando relaxar mas apesar do riso, da cara tipo "está tudo bem", estava bem chateada. A primeira vez foi até fácil, o Fabio o distraiu enquanto eu passava a sonda e ele só reclamou um pouquinho.
Voltamos para casa, cada um na sua, as crianças numa boa e eu e Fabio "naquelas"...
Saber que muitos pais e crianças passam por isso nos ajuda bastante, pois se eles conseguem nós também vamos conseguir. Mas a dor... nem sabendo que pessoas passam por piores tragédias, alivia...
Acabei não seguindo os horários certinhos, dormi a tarde, quando acordei estava na hora de passar novamente e quando me viu preparar o material Lucas falou:
- Não me machuque, mãe!
Ai caramba... lá fui eu explicando pra ele que não machuca, apenas que incomoda... passei, não saiu nada, fiquei até pensando que não fiz certo, é complicado quando não tem niguém mais experiente pra dizer é assim mesmo... ou é dessa forma... agora a noite novamente fui preparar o material e ele estava mais arisco me dizendo que dói, que machuca... pedindo pra não fazer isso e meu coraçãozinho coitado ficou em pedaços. Aproveitei pra conversar com ele, dizer que muitos pais e filhos fazem o mesmo procedimento, que é necessário para que ele não fique doente e precise ir ao hospital, que o importante é que é a mamãe que está fazendo e que faz com todo amor e cuidado pra não machucá-lo, pra ele ser forte e que juntos vamos conseguir. Passei novamente, dessa vez saiu a urina e fiquei mais aliviada, sei que deu certo!  
Ele estava bem desconfortável, ficou com medo, todo travado, isso porque o pai está do lado nos ajudando e isso tem sido fundamental. A anos atrás passamos por mal bocados apenas nós dois e hoje o temos ao nosso lado. Sua presença é muito importante pra nós, nos conforta e nos dá segurança.
Só quero conseguir me adaptar logo a essa nova fase, tirar de dentro de mim essa sensação ruim de impotencia... o fato de que eu mesma tenho que passar a sonda me machuca demais mas ao mesmo tempo me consola pois não é uma pessoa estranha que faz o trabalho e muitas vezes com frieza, eu ao contrário faço com todo amor e cuidado do mundo tentando incutir em minha mente que é puramente para seu bem estar.
 Fonte: http://umamaeespecial.blogspot.com

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dicas para Professores no atendimento com alunos que apresentam baixa visão e cegueira, para fazer da Sala de Aula um ambiente seguro e positivo



  1. Aprenda e entenda as capacidades visuais do aluno cego ou visão subnormal;

  2. Identifique as características visuais que aumentam as funções visuais do aluno (cores, contraste, tamanho);

  3. Coloque a carteira do aluno próximo a sua mesa, lousa e porta da sala de aula;

  4. Reduza iluminações distrativas; coloque a carteira do aluno longe da fonte de luz e em lugar bem claro;

  5. Permita que o aluno troque de lugar, aumentando as oportunidades de ver e ouvir; e assim, escolher qual lugar é melhor para ela (pergunte);

  6. Abra e feche a porta completamente ( uma porta meio aberta pode ser um obstáculo perigoso);

  7. Elimine barulhos desnecessários; não fale muito alto ( a dificuldade do aluno é na visão e não na audição), pois isso tende a aumentar o nível de barulho da sala de aula;

  8. Elimine confusões na sala de aula, circule pelos corredores, entre as carteiras, demonstre interesse pelo que estão fazendo;

  9. Coloque os materiais em locais determinados, de forma que os alunos saibam onde cada item em particular é, em geral, guardado ( comunique o aluno qualquer alteração);

  10. Mantenha as programações rotineiras para que o aluno saiba o que esperar no dia e na hora específicos;

  11. Oriente seus alunos usando seus primeiros nomes para obter sua atenção;

  12. Não saia da sala de aula sem avisar o aluno;

  13. Explique as regras implícitas e explícitas para conduzir a turma, dentro e fora da sala;

  14. Estimule os alunos com deficiências visuais a expressar suas necessidades visuais;

  15. Repita oralmente as informações escritas na lousa, projeção ou vídeo. Lembre-se de que ampliações nas imagens projetadas não são úteis para todos os alunos cegos ou com baixa visão;

  16. Prepare impressos ampliados ou em Braille ( solicite à professora da Sala de Recursos), quando propor atividade completares aos cadernos do aluno ampliados;

  17. Incentive o aluno a usar o “caderno do aluno ampliado” (a escola pode produzir), é recurso público destinado a ele;

  18. Grave em áudio as aulas, para que os alunos possam usar como apoio nos estudos em casa;

  19. Selecione atividades em cores brilhantes e contrastantes para os alunos que se beneficiam desse recurso visual (amarelo sobre o roxo/ preto sobre laranja) e uso de canetas de ponta grossa;

  20. Procure o especialista na área da deficiência visual (professora da Sala de Recursos) ou a equipe da Educação Especial  de sua Sesempre que tiver dúvidas e mantenha suas expectativas altas.

     

    Fonte: http://especialdeadamantina.wordpress.com/author/leilakanada/

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Uma Mãe Especial: Sem razão de ser...

Uma Mãe Especial: Sem razão de ser...: Há dias na vida da gente em que tudo parece diferente. Algo que muda e tudo sai da rotina. São momentos carregados de emoções... Alguns de ...

Antônia Yamashita - A trajetória de uma mãe especial

Estamos ás vésperas do Dia das Mães, então pensei em todas as mães "especiais", anonimas, desconhecidas, de lugares distantes, lutadoras, defensoras de seus filhos,  e escolhi a história de Antonia Yamashita para homenagea-las. Vejam no video abaixo um fragmento do enorme mistério que envolve o AMOR MATERNO.






O livro "A trajetoria de uma mãe especial"  de Antonia Yamashita é uma ótima leitura, indico!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Autistas e Mercado de Trabalho

Como o maior conhecimento sobre o transtorno, terapias adequadas e diagnóstico precoce têm permitido às pessoas com autismo trabalhar

Rachel Costa

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CONQUISTA
Fernanda Raquel desenvolveu a habilidade de desenhar para se comunicar.
Hoje trabalha como ilustradora
Um cenário impensável no passado. Na empresa dinamarquesa de testagem de softwares Specialisterne, 80 dos 100 funcionários têm autismo. Uma das pioneiras na contratação de mão de obra autista, ela é um exemplo do grande avanço ocorrido nos últimos anos no universo das pessoas que convivem com esse transtorno. Com a melhor compreensão sobre a síndrome, os autistas têm deixado a clausura do espaço privado e ganhado o espaço público. “O autismo é um conjunto muito heterogêneo de condições que têm como ponto de contato os prejuízos nas áreas da comunicação, comportamento e interação social”, explica o neurologista Salomão Schwartzman. Se durante muito tempo se falou apenas dessas dificuldades, atualmente começam a ser discutidas as habilidades associadas e como isso pode ser aproveitado em diferentes profissões. Tanto que já há uma primeira geração a chegar ao mercado de trabalho. “Eles têm boa memória, uma mente muito bem estruturada, paixão por detalhes, bom faro para encontrar erros e perseverança para realizar atividades repetitivas”, disse à ISTOÉ o fundador da Specialisterne, Thorkil Sonne.

Sonne resolveu investir no filão após o nascimento do filho autista Lars, hoje com 14 anos. A aposta deu tão certo que a empresa abriu unidades na Islândia, Escócia e Suíça e tem servido de inspiração para outras iniciativas. O empresário calcula entre 15 e 20 os projetos inspirados na matriz dinamarquesa em todo o mundo. Um deles é a Aspiritech, nos Estados Unidos, que, desde o ano passado, funciona com 11 engenheiros autistas trabalhando no teste de softwares. “Desde a década de 80, pesquisas mostram que essas pessoas têm uma capacidade muito maior de perceber pequenos detalhes visuais”, falou à ISTOÉ Marc Lazar, da Aspiritech. “Em testes para medir essa habilidade, eles cumprem o desafio em 60% do tempo gasto pelos demais e com grande acurácia.”

Para se chegar à observação dessas qualidades foi preciso superar um erro de interpretação. “Por muito tempo, o autismo foi encarado como uma deficiência intelectual”, diz Adriana Kuperstein, diretora da Re-fazendo, assessoria educacional especial de Porto Alegre. O que se percebeu posteriormente é que em apenas alguns casos há a associação com deficiências intelectuais. Muitos autistas têm o intelecto preservado, vários com inteligência superior à média, mas não conseguem interagir porque não sabem usar os canais normais de comunicação.
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CONFIANÇA
O dinamarquês Thorkil Sonne tem uma empresa que explora as habilidades dos autistas
“É como um computador sem os softwares necessários para realizar determinada tarefa”, compara a psicóloga Alessandra Aronovich Vinic, que pesquisa autismo. Em seu consultório, ela aplica o método do treino das habilidades sociais. Seus pacientes aprendem, por exemplo, a reconhecer as feições relacionadas a sentimentos, como tristeza e alegria, ou a fixar o olhar no outro enquanto conversam. Pode parecer prosaico, mas faz toda a diferença para quem tem autismo. “As pessoas se comunicam visualmente o tempo todo”, fala Júlia Balducci de Oliveira, 23 anos. Para a jovem, não conseguir olhar nos olhos era uma fonte de angústia só superada com terapia. Formada em cinema, hoje Júlia trabalha na direção de um documentário sobre o autismo.

Atualmente se sabe que quadros mais discretos também se incluem no chamado espectro autista, com boas possibilidades de tratamento. “Mas há 30 anos somente pacientes muito graves eram diagnosticados”, explica Ricardo Halpern, da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Eles eram internados, sedados e alijados do convívio social.” A delimitação desse grupo maior de pessoas aprimorou os métodos de tratamento. “As intervenções começaram a ser feitas mais precocemente, gerando maior inserção social”, disse à ISTOÉ o brasileiro Carlos Gadia, professor do departamento de neurologia da Universidade de Miami e diretor-médico da ONG Autismo&Realidade. Os principais beneficiados foram os pacientes de quadros mais leves.

Foi o caso da jovem Fernanda Raquel Nascimento, 18 anos. A terapia ajudou a jovem a vencer os obstáculos que encontrava para interagir. Também progressivamente ela transformou em profissão o que era uma de suas formas de comunicação, o desenho. Hoje ela comemora seus primeiros trabalhos de ilustração para a Livraria Saraiva, em São Paulo. “Com o dinheiro, quero cursar faculdade”, diz. A jovem ainda trabalha em casa, mas o objetivo é que passe a dar expediente no escritório. “Ela realiza um trabalho de alta qualidade e com um ótimo atendimento da demanda”, fala Jorge Saraiva, proprietário da rede de livrarias. Depois do contato com Fernanda, a empresa iniciou um plano para a contratação de pessoas com diferentes tipos de transtorno, entre eles, o autismo. Que se torne um cenário comum.
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Fonte: http://ciaag.blogspot.com/2011/11/autistas-chegam-ao-mercado-de-trabalho.html?spref=bl

O dom do autismo


"Enquanto falo com você, você olha nos meus olhos. Minhas palavras penetram nos seus ouvidos, são levadas ao seu cérebro e lá são filtradas por tudo que você conhece ou sabe ou lhe foi passado como verdadeiro durante todo seu aprendizado. Enquanto você me ouve, eu fico olhando nos seus olhos. A expressão contida neles, ou em torno, me dizem se você acreditou no que lhe disse, se sinceramente acha que lhe contei a verdade.
Desse feedback biológico eu tiro as próximas palavras, baseadas no princípio de que eu realmente necessito que você acredite em mim. É o processo mágico da comunicação, base concreta do aprendizado social.
Bem, e se você não possuísse tais filros? E se você fosse simplesmente intuitivo, como se adivinhasse a verdade pura e nua no simples fluir das palavras? E se você, enquantor falo, sequer olhasse meus olhos? Como é que eu poderia aferir se a comunicação estaria sendo eficaz, se você realmente estaria entendendo o que o que eu falo? Se você não fixa os seus olhos nos meus, como é que eu continuo? Afinal, você está me ouvindo ou não?
Poderíamos reformular, mais ou menos desta maneira:
Enquanto eu falo com você, você olha nos meus lábios. Minhas palavras penetram nos seus ouvidos, são levadas até seu cérebro e, lá, não são filtradas, pelos singelo fato de que você não tem filtros. De tudo o que lhe foi passado, você guardou apenas e tão somente o que era verdadeiro. Enquanto você me ouve, fico olhando seu olhos, mas não consigo penetrá-los. Não preciso prescrutar suas expressões para saber se você acreditou nas palavras que lhe disse. Você sempre sabe quando estou sendo sincero, porque não ouve com os sentidos, mas com as sensações. Não conseguiria mentir para você, porque não se mente para um anjo. E você é um puro anjo de barro." 
 
Texto de Manuel Vázqez Gil postado em seu blog O dom do Autismo